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Figura 55-01

    E na forma polar:

    Zeq = 18 ∠ +56,31°  Ω

    Agora que conhecemos o valor da impedância equivalente, podemos calcular o valor da corrente elétrica que circula pelo circuito. Assim:

    I = V / Zeq = 90 ∠ 0° / 18 ∠ +56,31°   A

    Efetuando o cálculo encontramos:

    I = 5 ∠ -56,31°   A

    Preste atenção para o fato que o ângulo - 56,31° significa que a corrente está atrasada em relação à tensão V. Como sabemos, corrente atrasada significa que o circuito tem predominância indutiva.

    De posse do valor da corrente podemos calcular os valores de VR , VL e VC.

    VR = R  I = 9,95   5 ∠ -56,31° = 49,75 ∠ -56,31°   V

    Perceba que como resistores não causam defasagens, VR está absolutamente em fase com I. Já o mesmo não ocorre com a reatância indutiva e capacitiva.

    VL = XL  I = 30 ∠ +90   5 ∠ -56,31°   V

    Repare que transformamos j 30 em 30 ∠ 90°. Efetuando-se o cálculo, encontramos:

    VL = 150 ∠ +33,69°   V

    Para o cálculo da tensão sobre o capacitor temos:

    VC = XC  I = 15 ∠ -90    5 ∠ -56,31°   V

    Repare que transformamos -j 15 em 15 ∠ -90°. Efetuando o cálculo, encontramos:

    VC = 75 ∠ -146,31°   V

    Como sabemos que a corrente está 56,31° atrasada em relação a tensão, então podemos calcular o fator de potência, ou:

    FP = cos 56,31° = 0,55    indutivo ou atrasado

    Encontramos um fator de potência atrasado pois o circuito possui predominância indutiva. Daí concluímos que se tivéssemos um circuito com predominância capacitiva o fator de potência seria adiantado.

    Dá para perceber em um circuito RLC série que se a reatância indutiva for exatamente igual a reatância capacitiva elas se anulam, e a impedância equivalente será simplesmente o valor do resistor e com isso obtemos um fator de potência unitário. Quando isso acontece é dito que o circuito está em ressonância. Estudaremos a respeito no capítulo 58. Caso tenha interesse nesse assunto clique aqui!.



    Momento de Reflexão!

    "Perguntinha:"   Pelo que está dito acima, facilmente percebemos que podemos corrigir o fator de potência instalando um capacitor em série com um circuito RL. Porém, sabemos que para corrigir o fator de potência as indústrias instalam capacitores em paralelo em suas instalações elétricas. Então, por qual motivo as indústrias não usam este método (capacitor em série) para corrigir o fator de potência?


        2.1   Diagrama da Impedância

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Figura 55-02

    Veja na Figura 55-02 a representação das impedâncias envolvidas no problema. No lado esquerdo (da figura), apontando para cima (cor verde) temos a reatância indutiva. Apontando para baixo (cor roxa) temos a reatância capacitiva. Estas duas grandezas estão no eixo imaginário. E no plano real temos o resistor R.

    No lado direito (da figura), no eixo vertical (imaginário) temos o resultado de XL - XC, apontando para cima pois XL > XC. Caso contrário, apontaria para baixo. Observe que para encontrarmos a impedância equivalente devemos somar fasorialmente as grandezas R e (XL - XC). O módulo será dado por:

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    eq.   56-02

    Repare que apenas empregamos o teorema de Pitágoras. E para calcular o ângulo φ basta encontrarmos o arco-tangente do quociente entre a parte imaginária e real, ou seja:

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    eq.   56-03

    Assim, com esses dados podemos facilmente escrever a impedância equivalente na forma polar:

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    eq.   56-04

        2.2.   Diagrama Fasorial das Tensões


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Figura 55-03

    A Figura 55-03 mostra a representação das tensões envolvidas no problema. Tomamos como referência a tensão V (na horizontal, φ = 0°).

    Note que a corrente I está atrasada 56,31° em relação à V e VR em fase com I. Por outro lado, vemos VL adiantada 90° e VC atrasada 90° em relação à I.

    Dessa forma, VL e VC estão defasadas de 180° entre si, como havíamos comentado anteriormente.


    3.   Circuito RLC Paralelo

    Vamos formar um circuito paralelo com os mesmos componentes utilizados no item anterior. A corrente sobre o resistor não sofrerá defasagem. A corrente no indutor estará atrasada de 90° em relação à tensão e a corrente no capacitor estará adiantada de 90° em relação à mesma tensão. Então, a corrente que será fornecida pela fonte de tensão será a soma fasorial das três correntes que circulam pelos componentes. Veja o circuito mostrado na Figura 55-04

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Figura 55-04

    Por uma questão de didática vamos, inicialmente, calcular a impedância equivalente que os três componentes em paralelo apresentam para a fonte de tensão.

    Como sabemos, podemos usar os mesmos princípios estudados para corrente contínua para o cálculo da impedância equivalente.

    Assumiremos as reatâncias como resistores e efetuaremos o cálculo como se fossem três resistores em paralelo. Mas não se deve esquecer que as reatâncias são números complexos. Então, para maior clareza, inicialmente vamos calcular o paralelo das reatâncias.

    Xeq = XL  XC / (XL + XC)

    Vamos substituir as variáveis por seus valores numéricos e efetuar o cálculo.

    Xeq = j20  (-j10) / (j20 - j10) = - j20  Ω

    Agora, calculando o paralelo entre R e Xeq vamos obter Zeq.

    Zeq = R  Xeq / (R + Xeq)
    Vamos substituir as variáveis por seus valores numéricos e efetuar o cálculo.
    Zeq = 10  (- j20) / (10 - j20)

    Colocando no formato polar, numerador e denominador, fica muito fácil efetuar o cálculo. Portanto, para a impedância equivalente encontramos:

    Zeq = 8,94 ∠ -26,57° = 8 - j4 Ω

    Para os valores dos componentes fornecidos neste problema, constatamos que a impedância equivalente possui predominância capacitiva. Podemos também chegar a esta conclusão analisando o ângulo φ, que é negativo.

    Já que sabemos o ângulo da impedância, podemos calcular o fator de potência, ou:

    FP = cos (-26,57°) = 0,89    adiantado ou capacitivo

    Vamos calcular as correntes IR , IL e IC.

    IR = V / R = 220 ∠ 0° / 10 = 22 ∠ 0°   A

    IL = V /XL = 220 ∠0° / 20 ∠+90° = 11 ∠ -90°   A

    IC = V /XC = 220 ∠0° / 10 ∠-90° = 22 ∠ +90°   A
    I = V / Zeq = 220 ∠ 0° / 8,94 ∠ -26,57°   A

    Efetuando o cálculo, encontramos:


    I = 24,60 ∠+26,57°   A

        3.1.   Diagrama Fasorial das Correntes

    Para calcularmos o valor de I devemos somar fasorialmente as correntes IR , IL e IC.

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Figura 55-05

    Veja na Figura 55-05 à esquerda, como IR está em fase com V.   IL está atrasada de 90° e IC adiantada de 90° em relação à V. Como IL e IC estão defasados de 180° entre si, basta subtraí-los e pegar o módulo do resultado. Assim, temos como resultado |IL - IC| = |11 - 22| = 11 A . Desta forma obtemos dois vetores que formam um ângulo de 90° entre si.

    E como IC > IL o vetor resultante aponta para cima como mostra a figura, à direita. Neste caso, para calcularmos o módulo de I podemos usar o teorema de Pitágoras. Então escrevemos que:

    |I| = √(|IR|2 + |IL - IC|2)

    Substituindo pelos valores numéricos e efetuando o cálculo, encontramos:

    |I| = √(222 + 112) = 24,60   A

    Para encontrarmos o ângulo devemos calcular o arcotangente do quociente |IL - IC| / IR.

    φ = tg-1 (11 / 22) = 26,57°

    E assim podemos escrever o valor final da corrente, ou

    I = 24,60 ∠+26,57°   A

    Portanto, o resultado final é exatamente o mesmo quando aplicamos a lei de Ohm para encontrar I. Só que, no caso AC, devemos levar em consideração o ângulo φ.