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    Também existe o  dBu,  que tornou-se uma unidade padrão em áudio profissional. O padrão de potência, no caso o   dBm,   foi substituído pelo dBu que toma como referência a tensão de   0,775 V   ou   775 mV,   não interessando o valor da carga.


      2.2    O dBV

    Pelo mesmo motivo foi criado o dBV, onde a referência é a tensão de 1 volt sobre uma carga de 600 ohms. Estes parâmetros estabelecem o padrão de zero dBV.

    Por exemplo, se medirmos uma tensão de 100 mV em uma carga de 600 ohms na saída de um circuito, o valor em dBV, será de:

    dBV = 20 log (0,1 / 1) = - 20 dBV

      2.3    O dB SPL

    Quando trabalhamos na área de acústica é muito utilizado o termo   db SPL. SPL é a abreviação do termo em inglês   "Sound Pressure Level". Traduzindo: "Nível de Pressão Sonora". Aqui a referência é a menor intensidade sonora que o ouvido humano consegue perceber. Esse valor, simbolizado por Io, possui um nível de referência de   10-12 W/m2. Devido a fisiologia do ouvido humano, sua resposta a sinais sonoros é logarítmica. Assim, a equação que permite calcular o valor em dB SPL é dada por:

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    eq.   57-04

    Logo quando temos um sinal sonoro com uma intensidade de I = 10-12 W/m2 dizemos que temos zero dB SPL.  Se  I = 10-6 W/m2,  então:

    dB SPL = 10 log (10-6 / 10-12) = 60 dB SPL

    3.   Diagrama ou Gráfico de Bode

    Chamamos de diagrama ou gráfico de Bode a representação gráfica da resposta em frequência e fase de um sistema, usando para isso, a função transferência que representa a resposta do sistema quando há variação na frequência do sinal. Devemos introduzir alguns termos utilizados nesta técnica que devemos compreendê-los perfeitamente.

    Um deles é a chamada   OITAVA.

    Seja um sinal de frequência f. Se duplicarmos esta frequência, dizemos que o sinal "subiu" uma oitava. Por outro lado, se dividirmos a frequência por um fator 2, então dizemos que o sinal "desceu" uma oitava. Então, se afirmarmos que a frequência do sinal subiu 2 oitavas, estamos querendo dizer que a frequência do sinal original foi multiplicada por um fator 4. Se subiu 3 oitavas, o sinal original foi multiplicado por um fator 8. Facilmente percebemos que o fator multiplicador obedece a lei 2n, onde n é o número de oitavas que foi alterado a frequência do sinal. Repare que quando a frequência diminui, n assume valores negativos. Exemplo de oitava: o la4 (A5 em inglês) de 880 Hz está uma oitava acima em relação ao la3 (A4) de 440 Hz.

    Outro termo: DÉCADA.

    Década, como o próprio nome diz, é uma frequência que é dez vezes superior em relação à outra frequência tomada como referência. Seja a frequência de 1000 Hz. Uma década acima temos a frequência de 10.000 Hz. E uma década abaixo temos a frequência de 100 Hz.

    Outro termo que devemos introduzir é: FREQUÊNCIA DE CORTE.

    Entende-se por frequência de corte a frequência na qual o circuito começa a apresentar uma queda em seu ganho, seguindo uma curva assintótica.

    Mais um termo:  FASE do sinal.

    Já foi estudado que o valor, tanto da reatância capacitiva como da reatância indutiva, dependem da frequência do sinal a que estão submetidos. A impedância de um circuito que contenha elementos reativos pode ser expressa por  Z = R ± jX. E o valor da fase do sinal é dada por φ = arctg (±X/R).   Desta forma, fica evidente que se alteramos a frequência do sinal estamos alterando o valor da reatância, e como consequência, alteramos a fase φ do sinal na saída do circuito.


        3.1   Frequência de Corte

    Circuitos que apresentam uma redução ou reforço em seu ganho da ordem de  6 dB / oitava ou  20 dB / década (estes valores são equivalentes), são ditos  circuitos de 1º ordem. Circuitos de 2ª ordem apresentam valores de 12 dB / oitava ou 40 dB / década. A cada ordem maior, acrescenta-se 6 dB / oitava ou 20 dB / década ao valor anterior.

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Figura 57-01

    Vamos analisar o circuito mostrado na Figura 57-01 calculando a tensão de saída Vo para diferentes frequências da fonte de tensão. Ou seja, analisaremos o ganho do circuito em função da frequência. Para calcularmos a tensão de saída faremos um divisor de tensão. Note que o resistor em série com o capacitor forma uma impedância cujo valor absoluto pode ser dado por |Z| = √ (R2 + X2) e Xc = 1 / (ω C).

    Considerando a frequência de 10 Hz temos   |Z| = 9.947,67 Ω e  Xc = 9.947,19 Ω. Fazendo o divisor de tensão, temos:

    Vo = V  (Xc / |Z|) = 10  (9 947,19 / 9 947,67) = 10 V

    Perceba que para cada frequência que considerarmos haverá um novo valor para Z e Xc. Assim, isto gerará um novo valor para Vo. Para maior simplicidade apresentamos os resultados na tabela abaixo para quatro décadas, ou seja, variamos a frequência desde o valor de 10 Hz até o valor de 100.000 Hz. Com isto, podemos analisar como se comporta o circuito ao variarmos a frequência da fonte de tensão.


Tabela 57-01
Frequência (Hz) Reatância (Ω) Tensão de Saída (V) Valor em dB Fase em Graus
10 9.947,19 10,0 0 - 0,58
50 1989,44 9,99 - 0,01 - 2,88
100 994,72 9,95 - 0,04 - 5,74
500 198,94 8,93 - 0,98 - 26,69
1000 99,47 7,07 - 3,00 - 45,15
2000 49,74 4,45 - 7,03 - 63,56
5000 19,89 1,95 - 14,20 - 78,75
10.000 9,95 0,99 - 20 - 84,32
20.000 4,97 0,50 - 26 - 87,15
50.000 1,99 0,20 - 34 - 88,86
100.000 0,99 0,10 - 40 - 89,43

    A Tabela 57-01 mostra que ao crescer o valor da frequência da fonte de tensão, a tensão sobre o capacitor vai decrescendo, sendo que para 100.000 Hz, a tensão diminui por um fator de 100 vezes em relação ao valor máximo.

    Por definição, o sinal decai 3 dB na frequência de corte do circuito. Olhando na tabela verificamos que isto ocorre na frequência de 1.000 Hz. Então, para o circuito que estamos analisando sua frequência de corte é 1.000 Hz. Por outro lado, note que para frequências abaixo da frequência de corte a tensão de saída é superior a 70,7% do sinal máximo e para frequências acima da frequência de corte a tensão de saída é inferior a 70,7%. Com os dados da tabela podemos elaborar um gráfico como o mostrado na Figura 57-02 com o objetivo de mostrar o comportamento da saída do circuito em função da frequência. Repare que no eixo da frequência usamos uma escala logarítmica com a unidade em hertz, e o eixo do ganho (vertical) está em dB.

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Figura 57-02

    Pelo gráfico podemos ver que na frequência de fc/2   há uma queda de 1 dB, e na frequência de 2 fc uma queda de 6 + 1 = 7 dB. Esta diferença de 1 dB ocorre entre a curva teórica e a curva real.

    Com este exemplo, aprendemos como traçar um gráfico do ganho em função da variação da frequência fornecida pela fonte de tensão que alimenta um circuito.


        3.2   Banda Média

    Então aprendemos que nas frequências as quais o ganho de tensão é igual a 0,707 do seu valor máximo, essas frequência são chamadas de frequências de corte. Assim, em um amplificador temos uma frequência de corte inferior, normalmente denominada f1, e uma frequência de corte superior, normalmente denominada f2. As frequências de corte também são conhecidas como frequências de meia potência, porque a potência na carga é metade do valor máximo nessas frequências. Isso porque a potência na carga é o quociente entre o quadrado da tensão e o valor da resistência de carga. Como o quadrado de 0,707 é igual a 0,5, isso resulta em metade do valor da potência na banda média. Essa característica é importantíssima para a seleção de componentes em sistemas de áudio, comunicações e processamento de sinais, garantindo que apenas as frequências desejadas sejam amplificadas ou transmitidas, enquanto as indesejadas são atenuadas.

    Assim, banda média ( ou banda de passagem, ou banda passante) de um amplificador é definida como a banda ou faixa de frequências que está situada entre 10 f1 e 0,1 f2. Na banda média podemos dizer que o ganho de um amplificador é máximo, e vamos denominar de Avm. Assim, podemos afirmar que existem três características importantes em um amplificador: uma sendo o ganho na banda média, ou Avm e as frequência limites, ou seja, f1 e f2.


        3.3   Largura de Banda

    Definimos largura de banda como sendo a diferença entre as frequências de corte inferior e superior e representamos por Δ f, conforme a eq. 57-05.

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    eq.   57-05

        3.4   Resposta Fora da Banda Média

    Normalmente queremos que o amplificador opere na banda média. Porém, há situações em que é preciso saber como ele se comporta antes ou depois das frequências de corte, ou seja, fora da banda média. Então, sabendo os valores de Avm, f1 e f2, podemos calcular o ganho do amplificador para qualquer frequência f. Portanto, podemos ter duas situações descritas a seguir.


    1 - Resposta Abaixo da Banda Média

    Abaixo da banda média podemos determinar o ganho Av do amplificador através da eq. 57-06.

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    eq.   57-06

    2 - Resposta Acima da Banda Média

    Acima da banda média podemos determinar o ganho Av do amplificador através da eq. 57-07.

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    eq.   57-07

        3.5   Diagrama de Fase

    Para completar este estudo devemos apresentar um gráfico que mostre a variação da fase do sinal na saída em função da frequência. Na tabela acima, a coluna da direita representa a fase.

    A fase é calculada a partir da equação do divisor de tensão usando os fasores adequados.

    Vo = [ V  (Xc ∠ -90 ) / √ (R2 + Xc2)]

    Como estamos interessados na fase θ, trabalhando algebricamente a equação acima na forma Vo / V chegamos a:

    θ = - arctg (R/Xc)

    O ângulo θ representa a diferença de fase entre Vo e V. Como o valor de θ é sempre negativo, a menos de f = 0 Hz, a tensão Vo está sempre atrasada em relação à V. Por isso este circuito é conhecido como circuito de atraso. Na Figura 57-03 podemos ver o gráfico da fase.

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Figura 57-03

    Note que na frequência de corte a fase de Vo está atrasada em relação à V de 45°. Sabemos que nesta frequência XC = R, resultando um quociente entre as duas variáveis igual a 1. Daí, facilmente concluímos que   θ = 45°,  pois    arctg 1 = 45°.