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Figura 58-01
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    Desenvolvendo essa relação e, para um circuito RLC série, vamos denominar a frequência de ressonância por fS, para que possamos diferenciá-la da frequência de ressonância de um circuito paralelo, representado por fP. Assim, temos:

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    eq.   58-04

    Repare que a frequência de ressonância, em um circuito RLC série, é independente do valor do resistor. Além disso, podemos definir duas frequências laterais à frequência de ressonância. Vamos denominá-las de f1 e f2. A frequência f1 é conhecida como frequência INFERIOR de corte e a frequência f2 é chamada de frequência SUPERIOR de corte. Também vale a relação f1 < f2. Assim, f1 está à esquerda de fS e a outra frequência, f2, está à direita de fS.

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Figura 58-02

    Na Figura 58-02 podemos apreciar a resposta em frequência de um circuito ressonante. Repare que ocorre o máximo da corrente elétrica no circuito na frequência de ressonância, fS. As frequências de corte f1 e f2 estão situadas na curva onde o sinal é 3 dB menor que sua intensidade máxima. Embora a simetria na resposta em frequência seja idealizada para fins didáticos, na prática, ela pode não ser tão perfeita, possuindo uma determinada assimetria.


        2.1   Largura de Banda

    Definimos largura de banda como sendo a diferença entre as frequências laterais f1 e f2 e é representada por Δf. Assim:

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    eq.   58-05

    A largura de banda também pode ser expressa pela eq. 58-06 (abaixo) baseado na definição acima. Basta substituir os valores de f1 e f2 pelas equações eq. 57-16 e eq. 57-17. Fazendo um arranjo algébrico, encontramos:

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    eq.   58-06

    Por outro lado, existe uma relação entre as frequências laterais e a frequência de ressonância, fS, que é expressa como a média geométrica entre as frequências laterais. Podemos expressá-la como:

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    eq.   58-07

        2.2   Potência na Ressonância

    Como já foi dito, a impedância equivalente de um circuito RLC série, na ressonância, é igual ao valor do resistor R. Isto implica em um mínimo de impedância na ressonância. Em consequência, nessa condição, temos o máximo de corrente elétrica circulando pelo circuito e essa corrente é dada por:

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    eq.   58-08

    Logo, podemos escrever a potência que o resistor dissipa na ressonância como:

    Po = (1/2) R Imax2

    Por outro lado, nas frequências laterais de corte, a intensidade da corrente elétrica é raiz de dois vezes menor que a intensidade máxima. Então, calculando a potência nestas frequências, percebemos que elas serão a metade da potência na frequência de ressonância. Por isso essas frequências também são conhecidas como frequências de meia potência. Logo, podemos escrever:

    P1  =  P2  =  (1/2) Po

        2.3   Fator de Qualidade

    O fator de qualidade, também conhecido como fator de mérito, Q, de um circuito ressonante, é definido como a razão entre a potência reativa e a potência média dissipada no resistor na frequência de ressonância. Assim:

    Q  =  potência reativa / potência média

    Quanto menor a potência dissipada para um mesmo valor de potência reativa, maior o fator Q, indicando uma maior concentração de energia na região de ressonância. Substituindo na equação acima as potências média e reativa (vamos considerar a reatância indutiva) por seus valores e simplificando, encontramos para o cálculo de Q a seguinte expressão:

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    eq.   58-09

    Usamos o índice S para Q, para diferenciar o Q de um circuito série de um circuito paralelo, que estudaremos mais tarde. Repare que na equação acima, XL depende da frequência em que o circuito está operando. Podemos calcular o Q do circuito somente em função dos valores de R, L e C, desde que, na equação acima, façamos a substituição do valor da frequência na reatância indutiva, pela equação eq. 57-3. Após algumas simplificações algébricas, chegamos a expressão abaixo.

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    eq.   58-10

    Por outro lado, podemos calcular as tensões sobre o indutor e o capacitor. Para o indutor, usando um divisor de tensão e lembrando que na ressonância, Zeq = R, podemos escrever a expressão VL = V  ( XL / R ). Usando o mesmo princípio para o capacitor, podemos escrever as duas equações da seguinte forma:

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    eq.   58-11
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    eq.   58-12

    Devemos salientar que em um circuito RLC série, na frequência de ressonância, existe a possibilidade do capacitor e indutor desenvolverem tensões elevadas, bem acima da tensão fornecida pela fonte de alimentação do circuito. Vamos supor que nosso circuito exemplo esteja em ressonância e tenhamos V = 20∠0° e QS = 100. Portanto, substituindo pelos valores e efetuando o cálculo teremos VL = VC = 100  20 = 2.000 volts. Isso sugere que devemos ter o máximo cuidado quando estivermos trabalhando, na prática, com circuitos RLC série em ressonância.


        2.4   Seletividade

    Entende-se por seletividade o quanto o circuito deve ser seletivo para que as frequências desejadas estejam dentro da largura de banda. Quanto menor a largura de banda, maior a seletividade. Essa característica está intimamente ligada ao fator de qualidade do circuito. Assim, quanto maior o Q, maior a seletividade. Lembre-se que, para um circuito RLC série, quanto menor o valor do resistor, maior o Q (para valores constantes de L e C). De forma similar, para valores constantes do resistor, quanto maior a relação L / C, teremos menor largura de banda e maior seletividade.

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    Baseado no que foi dito acima, para Qs ≥ 10, podemos encontrar a largura de banda usando a equação abaixo:

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    eq.   58-13

    E como consequência, podemos escrever que:

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    eq.   58-14
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    eq.   58-15

    Para qualquer valor de QS, podemos determinar as frequências de corte f1 e f2, simplesmente tendo conhecimento dos parâmetros R, L e C. Abaixo, vemos as duas expressões que devemos utilizar.

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    eq.   58-16
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    eq.   58-17

    E assim, todas essas equações permitem calcular os parâmetros do circuito.


    3.   Circuito Ressonante Paralelo

    Vamos dividir nosso estudo em dois tópicos: circuito ressonante Paralelo Ideal e circuito ressonante Paralelo Real. O primeiro obedece às mesmas características estudadas no circuito série. Para o segundo caso há algumas considerações adicionais que serão estudadas no item 3.2.


      3.1 Circuito Ressonante Paralelo Ideal

    As condições para que um circuito ressonante paralelo esteja em ressonância são as mesmas exigidas para um circuito ressonante série, ou seja, obedece a eq. 58-03 repetida abaixo:

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    eq.   58-03

    Devemos salientar algumas diferenças entre o comportamento dos dois circuitos quando em RESSONÂNCIA. No circuito ressonante série havia um cancelamento das reatâncias do capacitor e indutor e por isso a impedância resultante desses dois componentes era NULA. Com isso a impedância equivalente de todo o circuito era um valor resistivo puro representado pelo resistor R.

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 Figura 58-03

    Na Figura 58-03 vemos um circuito ressonante paralelo ideal. No circuito ressonante paralelo, a associação paralela do indutor e o capacitor, na frequência de ressonância, gera uma impedância INFINITA.

    Dessa forma, podemos afirmar que para um circuito série ou paralelo esteja em ressonância, a impedância equivalente dos mesmos deve ser igual a um valor resistivo puro. E para o cálculo da frequência de ressonância, para qualquer circuito, vale a eq. 58-04, a qual reproduzimos abaixo.

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    eq.   58-04

       3.2 Circuito Ressonante Paralelo Real

    Para o caso de um circuito ressonante paralelo real devemos levar em consideração que o indutor possui uma resistência elétrica. Essa resistência é devido à resistência que o fio utilizado em sua confecção apresenta. No caso do circuito ressonante série consideramos que essa resistência estava incluída no valor de R. Assim, um circuito típico para estudarmos o circuito ressonante paralelo real é apresentado na Figura 58-04.

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Figura 58-04

    No caso do circuito ressonante paralelo real, a resistência RS não pode ser combinada em série ou paralelo com a resistência da fonte ou qualquer outra resistência do circuito. Embora a resistência RS tenha um valor bastante pequeno em relação às outras resistências do circuito, ela pode apresentar importante influência na ressonância do circuito.

    Vamos encontrar um circuito paralelo que seja equivalente ao ramo R - L em série, conforme mostra a figura acima. Para esse ramo, podemos escrever a seguinte equação:

    ZR-L = Rs + jXL

    A partir dessa impedância podemos calcular a admitância desse ramo. Assim:

    YR-L = 1 / (Rs + jXL)

    Para resolver essa equação basta multiplicar pelo complexo conjugado do denominador. Desenvolvendo e renomeando, chegamos a:

    YR-L = 1 / Rp + 1 / j XLp

    A relação entre estas duas novas variáveis e as conhecidas do circuito é dada por:

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    eq.   58-18
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    eq.   58-19

    Assim, conseguimos encontrar uma equivalência de um circuito R-L série para um circuito R-L paralelo. Se levarmos em conta que a fonte possui uma resistência interna Ri, podemos associá-la com Rp, obtendo um novo valor que vamos definir como R. Sendo assim:

    R = Ri || Rp = Ri Rp / (Ri + Rp)

    Dessa forma, podemos redesenhar o circuito conforme mostra a Figura 58-05.

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Figura 58-05

    Neste ponto, cabe lembrar que no circuito ressonante série a frequência de ressonância era aquela na qual a impedância era mínima e a corrente era máxima. Com isso, a impedância de entrada era puramente resistiva e o circuito possuía um fator de potência unitário. No caso do circuito ressonante paralelo real, como a resistência Rp no circuito equivalente depende da frequência, o valor para a qual o valor máximo de VC é obtida não é necessariamente a mesma para a qual o fator de potência é unitário. Então temos duas situações a considerar. Vamos estudá-las separadamente.


        3.2.1  Frequência para F.P. Unitário

    Considerando o circuito da Figura 58-05, podemos escrever a admitância total do circuito como:

    YT = 1 / R + j (1 / XC - 1 / XLp)

    Para que o circuito apresente um fator de potência unitário, a componente reativa deve ser nula. Então:

    1 / XC - 1 / XLp = 0    ⇒    XC = XLp

    Substituindo o valor de XLp, encontrado anteriormente, temos:

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    eq.   58-20

    Lembrando que:

    XC = 1 / (ωP  C)    e    XLp = ωP  L

    Onde, ωP é a frequência de ressonância do circuito ressonante paralelo. Desenvolvendo a eq. 58-13, encontraremos que a frequência de ressonância do circuito ressonante paralelo é igual a frequência de ressonância do circuito ressonante série multiplicada por um fator K, fator este dado por:

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    eq.   58-21

    Observe que sempre K < 1. Assim, podemos expressar a frequência de ressonância do circuito ressonante paralelo como:

eq57-24J.jpg
    eq.   58-22

    Onde, fS é dada pela eq. 58-04, novamente mostrada abaixo:

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    eq.   58-04

    Cabe ressaltar que a frequência de ressonância fP depende da resistência RS. Como o fator K é menor que a unidade, naturalmente que fP é menor do que fS. Também podemos concluir que quando RS se aproxima de ZERO, fP se aproxima rapidamente de fS.


        3.2.2   Frequência para Impedância Máxima

    Como RP depende da frequência, quando f = fP a impedância de entrada do circuito ressonante está muito próxima do seu máximo, porém não a atingiu. Para este caso, impedância máxima, vamos denominar a frequência como fm. Seu valor é ligeiramente maior que fP. A equação que determina o valor de fm é mostrada abaixo.

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    eq.   58-23

        3.3   Fator de Mérito  - Q

    O fator de Mérito ou Qualidade em um circuito ressonante paralelo também é dado pela razão entre a potência reativa e a potência real. Assim:

    QP = (V2 / XLp ) / (V2 / R)

    Nesta equação, V é a tensão nos ramos em paralelo e R é o valor do paralelo de RS com RP. Rearranjando a equação anterior, QP é dado por:

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    eq.   58-24

    Para o caso particular da resistência RP ser muito menor do que a resistência apresentada pela fonte, a equação acima recai no caso do circuito ressonante série, sendo dada pela eq. 58-13, reproduzida novamente abaixo com pequena modificação. Em geral, a largura de banda está relacionada com a frequência de ressonância, fr, e o fator de mérito, QP, do circuito, dada por:

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    eq.   58-25

    Assim como no circuito ressonante série, as frequências de corte f1 e f2 no circuito ressonante paralelo também podem ser determinadas pelos valores dos componentes do circuito. As equações que permitem o cálculo de f1 e f2 são mostradas abaixo.

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    eq.   58-26
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    eq.   58-27

    Da mesma forma como foi feito para o circuito ressonante série, usando a definição de largura de banda e substituindo f1 e f2 pelas equações eq. 58-26 e eq. 58-27, após algum trabalho algébrico chegamos a:

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    eq.   58-28

    Nesta equação percebemos como a largura de banda está intimamente relacionada com o valor de R. Quanto maior o valor de R, menor será a largura de banda e vice-versa. No gráfico mostrado na Figura 58-06 fica claro esta influência. Observe, porém, que o valor de R não interfere na frequência de ressonância.

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Figura 58-06

        3.4   Impedância Dinâmica

    Considerando a equivalência entre um circuito série e o paralelo podemos considerar que haja a igualdade abaixo:

    Q   =   QS   =   QP

    Usando as equações eq. 58-09 e eq. 58-24 chegamos a seguinte relação:


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    eq.   58-29

    Assim, fazendo um trabalho algébrico nessas equações, determinamos o valor da impedância dinâmica, Zd, que um circuito paralelo real apresenta, ou seja:


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    eq.   58-30

    Dessa equação concluímos que quanto menor o valor da resistência elétrica do fio que é usado na confecção do indutor, maior é a impedância dinâmica do circuito paralelo. Para indutores com alto Q, RS é pequeno, fazendo com que Zd seja muito grande, como é desejável para se obter alta seletividade, principalmente em circuitos usados em telecomunicações.