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acopla 78-1J.png

Figura 78-01

Configuração aditiva
acopla 78-2J.png

Figura 78-02

Configuração subtrativa
acopla 78-3J.png

Figura 78-03

alternativa da configuração subtrativa

equa78-04J.png
equa78-05J.png

exemplo78-1J.png
Figura 78-04

    Efetuando o cálculo, encontramos:

    i'1 (t) = 20.000 sen (400 t)

    Substituindo este valor na eq. 78-02, vamos obter:


    v2 (t) = 2 x 10-3 x 20.000 sen (400 t) = 40 sen (400 t)   V

    3.   Equivalência de Indutâncias

    As duas bobinas mutuamente acopladas mostradas na Figura 78-05 podem ser interconectadas de quatro maneiras diferentes. Vamos analisar caso a caso.

equi_ind78-2J.png
Figura 78-05

        Caso 1
equi_ind78-2.1J.png
Figura 78-06

    As duas bobinas mutuamente acopladas mostradas na Figura 78-06 tem a seguinte equação:

    V = jω L1 I + jω M I + jω L2 I + jω M I

    Essa equação também pode ser escrita como:

    V = jω I ( L1 + L2 + 2 M ) = j ω I Leq

    Desta forma, facilmente reconhecemos que podemos substituir todo o circuito por uma indutância equivalente dada por:

equa78-06J.png
    eq.   78-03

        Caso 2
equi_ind78-2.2J.png
Figura 78-07

    As duas bobinas mutuamente acopladas mostradas na Figura 78-07 tem a seguinte equação:

    V = jω L1 I + jω M I + jω L2 I - jω M I

    Essa equação também pode ser escrita como:

    V = jω I ( L1 + L2 - 2 M ) = j ω I Leq

    Desta forma, facilmente reconhecemos que podemos substituir todo o circuito por uma indutância equivalente dada por:

equa78-07J.png
    eq.   78-04


        Caso 3
equi_ind78-2.3J.png
Figura 78-08

    As duas bobinas mutuamente acopladas mostradas na Figura 78-08, na verdade estão em paralelo, conforme vemos à direita na figura acima. As duas equações que regem o circuito são:

    V = jω L1 I1 + jω M I2
    V = jω M I1 + jω L2 I2

    Dessas duas equações é possível resolver para I1 e I2. Assim, vamos obter:

    I1 = V ( L2 - M ) / jω ( L1 L2 - M2 )
    I2 = V ( L1 - M ) / jω ( L1 L2 - M2 )

    Usando LKC no circuito mostrado na Figura 78-08, facilmente concluímos que I = I1 + I2. Com esta informação podemos escrever

    I = I1 + I2 = V / jω Leq
    Onde Leq é dado pela eq. 78-05.
equa78-08J.png
    eq.   78-05


        Caso 4
equi_ind78-2.4J.png
Figura 78-09

    Note que no caso 4, conforme a Figura 78-09, as bobinas continuam em paralelo, porém houve uma inversão nos pontos. Assim, a corrente I2 entra na bobina L2 pelo lado sem ponto. Dessa forma, as equações que regem o circuito são:

    V = jω L1 I1 - jω M I2
    V = - jω M I1 + jω L2 I2

    Da mesma forma que no caso 3 é possível resolver o sistema para I1 e I2. E, usando LKC, a relação entre as correntes é dada por I = I1 + I2. Desenvolvendo, podemos escrever a seguinte relação:

    I = I1 + I2 = V / jω Leq

    Onde Leq é dado pela eq. 78-06.

equa78-09J.png
    eq.   78-06

    4.   Coeficiente de Acoplamento

    Baseado no fato de que a energia armazenada em um circuito acoplado não pode ser negativa, pois todo o circuito é passivo, podemos estabelecer um limite superior para a indutância mútua. Dessa forma, pode-se concluir que a indutância mútua não pode ser maior que a média geométrica das autoindutâncias das bobinas. O grau com que a indutância mútua M se aproxima do limite superior é especificado pelo coeficiente de acoplamento, k, dado por

equa78-1J.png
    eq.   78-07

    Cabe ressaltar que 0 ≤ k ≤ 1, pois ele representa a fração de fluxo magnético total que emana de uma bobina e atravessa a outra bobina. Se todo fluxo produzido por uma bobina atravessa a outra bobina, então k = 1 e dizemos que temos um acoplamento 100% ou que as bobinas estão perfeitamente acopladas. Caso k ≤ 0,5 dizemos que as bobinas estão livremente acopladas e, se k > 0,5, diz-se que elas estão firmemente acopladas.

    Em muitos problemas não é dado o valor de M, porém é fornecido o valor de k. Então, a partir do valor de k devemos encontrar o valor de M. Para isso usamos a eq. 78-04, ou

equa78-2J.png
    eq.   78-08

    Também pode acontecer de não ser fornecido os valores de L1 e L2. E nem o valor de ω. Só os valores de XL1, XL2 e k são fornecidos. Pois bem, não há necessidade de ser fornecido o valor de ω. Como nos interessa o valor de ω M, então podemos fazer a seguinte transformação na eq. 78-04, onde ω M = ω k √ (L1 L2 ). Colocando ω para dentro do radical podemos escrever o seguinte: ω M = k √ (ω2 L1 L2 ) = k √ (ω L1 ω L2). Mas ω L1 é a reatância indutiva de L1 e ω L2 é a reatância indutiva de L2. Portanto, podemos escrever que

equa78-3J.png
    eq.   78-09

    5.   Transformador Linear

    Podemos considerar o transformador como um dispositivo que contém duas ou mais bobinas acopladas magneticamente. Normalmente, a fonte de alimentação está conectada ao primário e a carga conectada ao secundário. Chamamos o transformador de linear se a permeabilidade magnética, μ dos caminhos através dos quais os fluxos fluem é constante. Em transformadores construídos sem material de alta permeabilidade no núcleo, o coeficiente de acoplamento , k, é tipicamente muito pequeno. Assim, podemos usar núcleo de ar, plástico, baquelite, madeira e outros, pois estes materiais apresentam uma permeabilidade constante. Esse tipo de tranformador têm aplicações variadas como em osciladores e amplificadores de radiofrequência em rádios receptores, aparelhos de televisão, equipamentos de medição, etc ...


        5.1   Reflexão de Impedâncias

    Muitas vezes, na solução de um problema, é necessário conhecer qual a impedância que todo o circuito representa para a fonte de alimentação. Nesta situação, é interessante refletir toda a impedância do secundário para o primário. Desta forma, facilmente calculamos essa impedância pois eliminamos a presença do transformador. Então, vamos analisar o circuito que aparece na Figura 78-09.

equi_ind78-2.3J.png
Figura 78-09

    Seguindo a metodologia que adotamos, vamos escrever as equações do circuito mostrado na Figura 78-09. Portanto:

    ( R1 + jω L1 ) I1 + jω M I2 = V
    eq.   78-10
    jω M I1 + ( R2 + jω L2 + ZL ) I2 = 0
    eq.   78-11

    Para determinarmos a impedância que o circuito representa para a fonte é a mesma coisa que determinarmos a impedância de entrada do circuito. Para isso, podemos definir Zin = V / I1. Essa relação pode ser encontrada resolvendo a eq. 78-10 de tal forma que, encontramos I2 em função de I1 e substituímos este valor na eq. 78-11. Assim, obtemos a impedância de entrada do circuito sendo expressa pela eq. 78-12.


equa78-12J.png
    eq.   78-12

    Pela eq. 78-12, percebe-se que a impedância de entrada é composta por dois termos: o primeiro termo ( R1 + jω L1 ) representa a impedância do primário; o segundo termo é devido ao acoplamento entre os dois enrolamentos. Interpreta-se como uma reflexão da impedância do secundário para o primário. Normalmente, na literatura técnica é conhecida como impedância refletida e representada por ZR.

    Deve-se ressaltar que o resultado da eq. 78-12 não é afetado pela posição dos pontos do transformador, pois conseguimos o mesmo resultado quando substituímos M por - M.


        5.2   Modelo "T"

    Muitas vezes em circuitos acoplados, a construção das equações soluções podem ser bastante complexas. Então, algumas vezes, é perfeitamente compreensível querer substituir um circuito acoplado magneticamente por outro sem acoplamento magnético. Portanto, vamos estudar como podemos transformar um circuito magneticamente acoplado em um circuito "T" ou "Estrela", que não possui indutância mútua, conforme é mostrado na Figura 78-10.

circ_te78-5.2J.png
Figura 78-10

    Partindo de uma equação matricial que traduz as relações tensão-corrente para os enrolamentos primário e secundário e, posteriormente, encontrar a matriz inversa, temos como relacioná-las com as equações correspondentes para os circuitos "T". Dessa forma, usando o circuito "T" da Figura 78-10 e realizando as devidas comparações, encontramos a equivalência conforme as equações abaixo.

equa78-13J.png
    eq.   78-13
equa78-14J.png
     eq.  78-14
equa78-15J.png
    eq.   78-15

        5.3   Modelo "Pi"

    Vamos estudar como podemos transformar um circuito acoplado magneticamente em um circuito "Pi", circuito este representado na Figura 78-11, que não apresenta acoplamento magnético.

circ_pi78-5.3J.png
Figura 78-11

    Da mesma forma como foi feito para o circuito "T", vamos agora comparar com as equações que representam o circuito "Pi" e vamos obter a equivalência entre os circuitos, conforme mostra as equações abaixo.

equa78-16J.png
    eq.   78-16
equa78-17J.png
    eq.   78-17
equa78-18J.png
    eq.   78-18

    Observando atentamente as equações para os circuitos "T" e "Pi", percebe-se que dependendo da configuração do circuito com acoplamento magnético, podemos encontrar um valor negativo para alguma indutância. Embora isso seja fisicamente irrealizável, o modelo equivalente matemático é válido.


    6.   Transformador Ideal

    Definimos transformador ideal quando ele apresenta as seguintes características:

  • As bobinas possuem reatâncias muito grandes (L1, L2 e M → ∞ ).
  • O coeficiente de acoplamento é unitário (k=1).
  • As bobinas primárias e secundárias não apresentam perdas, ou seja, (Rp = Rs = 0).

    Podemos aproximar um transformador de um transformador ideal, substituindo o núcleo de ar usado, em geral, nos transformadores lineares, por um núcleo de ferro.

    Quando uma tensão senoidal é aplicada ao enrolamento primário, surge um fluxo magnético, Φ, que atravessa ambos enrolamentos. Esse fluxo vai induzir uma tensão no enrolamento secundário. A relação entre a tensão aplicada ao primário e a tensão que aparece no secundário, vai depender do número de espiras que possuem cada enrolamento. Normalmente representamos o número de espiras do primário por N1 e o número de espiras do secundário por N2. Também cabe ressaltar que, no transformador ideal, a potência de saída é igual a potência de entrada, isto é, não há perdas. Neste momento, definimos a chamada relação de transformação, que é expressa pela eq. 78-19.

equa78-19J.jpg
    eq.   78-19

    E como foi dito anteriormente, as potências de entrada e saída no transformador ideal são iguais, ou seja,   P1 = P2 = V1 I1 = V2 I2.   Então, isso nos permite escrever que:

equa78-20J.jpg
    eq.   78-20

    Na figura Figura 78-12 apresentamos o esquema de um transformador ideal

trafo78-11J.png
Figura 78-12

    Onde as variáveis são:

  • V1 - Tensão elétrica aplicada ao primário do transformador
  • V2 - Tensão elétrica retirada no secundário do transformador
  • I1 - Corrente elétrica no primário do transformador
  • I2 - Corrente elétrica no secundário do transformador
  • N1 - Número de espiras do primário do transformador
  • N2 - Número de espiras do secundário do transformador
  • ZL - Carga ligada ao secundário
  • P1 - Potência entregue ao primário do transformador
  • P2 - Potência entregue à carga

    Para representarmos um transformador ideal, repare nas linhas verticais paralelas separando as bobinas como mostrado na Figura 78-12. Isso indica que o núcleo é de material com alta permeabilidade magnética como, por exemplo, o ferro.


        6.1.   Reflexão de Impedâncias

    No estudo de transformadores podemos trabalhar com a chamada reflexão de impedância. Isto é, podemos refletir a impedância do primário para o secundário e vice-versa. Depende da conveniência de um ou de outro. Vamos analisar como se faz essas reflexões.

        6.1.1  & Reflexão do Secundário para o Primário

    A impedância do secundário pode ser calculada como a razão entre a tensão e a corrente do secundário. Referindo-nos ao circuito mostrado na Figura 78-12, podemos escrever que:

    Zs = V2 / I2 = ZL

    Mas pela eq. 78-20 sabemos que V1 = a V2 e  I1 = I2 / a. Assim, calculando a impedância que o circuito oferece ao primário, encontramos:

    Zp = V1 / I1 = a V2 / (I2 / a) = a2 ZL

    Ou seja, quando refletimos a impedância do secundário para o primário devemos multiplicar a impedância do secundário pelo quadrado da relação de transformação. Em resumo:


equa78-21J.jpg
    eq.   78-21

        6.1.2   Reflexão do Primário para o Secundário

    Assim como refletimos a impedância do secundário para o primário, podemos refletir a do primário para o secundário. Da eq. 78-20 concluímos que I2 = a I1 e também V2 = V1 / a. Assim, calculando a impedância que o circuito oferece ao secundário, encontramos:

    Zs = V2 / I2 = (V1 / a) / a I1 = V1 / a2 I1 = Zp / a2

    Concluímos que quando refletimos a impedância do primário para o secundário, devemos dividir a impedância do primário pelo quadrado da relação de transformação. Em resumo:

equa78-22J.jpg
    eq.   78-22