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Figura 01-01

    Atente que os terminais A-B representam os dois terminais de saída da fonte. No caso de ser uma pilha ou bateria, temos acesso aos terminais A-B, onde o terminal A seria o chamado pólo positivo da pilha ou bateria e o terminal B, seria o pólo negativo. Logo, o que aparece dentro do retângulo laranja é a parte interna da pilha ou bateria, na qual não temos acesso. Então, podemos calcular qual a tensão que aparece nestes terminais. Esta tensão será a diferença de potencial (ddp) sobre o resistor RL. Caso não tenhamos nenhuma carga (RL = ∞ ) ligada à pilha ou bateria, a corrente circulante pelo circuito será nula. Assim, não teremos queda de tensão sobre Ri . Então, a ddp coincidirá com a fem (aqui representada pela letra V ) da pilha ou bateria. Na prática, podemos usar um multímetro digital para medirmos este valor, pois em geral, os multímetros digitais possuem uma resistência interna da ordem de 10 megaohms, representando uma carga desprezível.



    2. Tipos de Fontes

      2.1.  Fontes Independentes

    Neste item vamos estudar como se comportam as fontes de tensão e as fontes de corrente independentes, analisando suas principais características como fornecedoras de energia elétrica para os circuitos elétricos. Vamos começar estudando as fontes de tensão e, posteriormente, as fontes de corrente.

        2.1.1   Fontes de Tensão

    Fontes de tensão são fontes que, idealmente, fornecem uma tensão constante em seus terminais de saída, independente da carga. Na prática, porém, sua tensão de saída é uma função da carga, ou seja, quanto maior a carga, menor a tensão de saída. Isto se deve à sua resistência interna, como já foi explicado no item anterior. Como exemplos, podemos citar as pilhas comuns, alcalinas e recarregáveis, comumente utilizadas em lanternas, rádios portáteis, MP3, MP4, etc ...

    Quando pilhas ou baterias estão descarregadas, isso indica que houve uma redução na capacidade de armazenamento de energia devido ao desgaste dos materiais internos. Com o tempo, reações químicas repetidas diminuem a eficiência da célula e aumentam a resistência interna, o que dificulta a passagem de corrente elétrica. A força eletromotriz ( fem ), que é a diferença de potencial que impulsiona a corrente através do circuito, é então comprometida. Isso resulta em uma tensão de saída menor do que a esperada, tornando a bateria incapaz de alimentar adequadamente os dispositivos a ela conectados. É um processo natural de envelhecimento das baterias, que eventualmente leva à necessidade de sua substituição ou recarga, dependendo se são descartáveis ou recarregáveis.

    É importante entender a diferença entre pilhas comuns e pilhas recarregáveis. As pilhas comuns, também conhecidas como pilhas alcalinas, são feitas para serem usadas até que sua energia se esgote e depois descartadas de maneira responsável, seguindo as diretrizes locais de reciclagem. Já as pilhas recarregáveis são projetadas para serem usadas várias vezes. Quando conectadas a um carregador, a corrente elétrica flui em sentido oposto ao da descarga, restaurando a capacidade da bateria. Este processo de recarga reduz a resistência interna da bateria, permitindo que ela seja reutilizada. A tecnologia de baterias recarregáveis é uma opção mais sustentável e econômica a longo prazo, pois reduz o desperdício e a necessidade de produzir pilhas novas constantemente. Em geral, o processo de recarga pode ser repetido de 500 a 1000 vezes, dependendo do tipo de pilha ou bateria e do seu fabricante. Exemplo típico desse caso são os automóveis que, para seu funcionamento, utilizam baterias do tipo chumbo-ácidas que são recarregadas através de um gerador elétrico acoplado ao motor de combustão interna do automóvel.

    Além de pilhas ou baterias, hoje temos como fontes de tensão, aparelhos eletro/eletrônicos, desde os mais simples, como os carregadores de celulares, até outros tipos bastante complexos e específicos.

    Em nosso site representaremos uma fonte de tensão independente conforme mostrado na Figura 01-02. Observe que a fonte independente está representada com a cor laranja.

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Figura 01-02

        2.1.2   Fontes de Corrente

    Fontes de corrente são fontes que, idealmente, fornecem uma corrente constante, independente da carga. Na prática, essas fontes são possíveis usando-se circuitos ativos, isto é, dispositivos eletrônicos, tais como transistores, circuitos integrados, etc ... . Pode-se utilizar circuitos passivos, desde que o valor da carga seja bem menor que a resistência interna da fonte. Assim, podemos construir uma fonte de corrente, por exemplo, colocando-se um resistor, de digamos 1000 ohms, em série com uma fonte de tensão de 12V. Se a carga for de aproximadamente 1% do valor do resistor de 1000 ohms, ou seja, 10 ohms, então temos uma fonte de corrente de aproximadamente 1,2 mA, corrente esta que circulará pela carga de 10 ohms.

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Figura 01-03

    Na Figura 01-03 vemos um exemplo de fonte de corrente e o símbolo utilizado para representá-la em um circuito básico. Repare que a corrente I circulará pelo resistor R e sobre este teremos uma queda de tensão igual a VR = R I.


      2.2   Fontes Dependentes

    Fontes Dependentes, que podem ser de tensão ou corrente, são aquelas que seu valor depende de outros fatores ligados ao circuito, como por exemplo, uma tensão ou uma corrente sobre algum componente pertencente ao circuito. O modelo elétrico de um transistor possui fontes dependentes.

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Figura 01-04

    Na Figura 01-04 vemos um exemplo de fonte de corrente e de tensão dependente em um circuito básico. A fonte de corrente depende do valor da corrente de saída I2 e da constante g12, onde esta é uma característica do dispositivo e seu valor pode ser tabelado, calculado, etc ... .

    Já a fonte de tensão depende da tensão de entrada V1 do circuito, bem como da constante g21. Este é apenas um exemplo.

    Neste site as fontes dependentes serão representadas pela cor azul claro.


    3. Associação de Fontes

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Figura 01-05

    Vemos na Figura 01-05 a combinação de fontes de tensão e fontes de corrente. Quando temos duas fontes de tensão em série podemos substituí-las por uma única fonte de valor igual a soma das duas. Isto é válido quando a polaridade das fontes aponta para o mesmo lado. Isso é extensivo para uma quantidade qualquer de fontes de tensão.

    No caso de fontes de correntes em paralelo, vale o mesmo princípio. Se as setas estão orientados no mesmo sentido, podemos substituí-las por uma única fonte de corrente de valor igual a soma dos valores de cada fonte de corrente que compõe o circuito.

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Figura 01-06

    Na Figura 01-06 vemos a combinação de fontes de tensão e fontes de corrente quando temos polaridades opostas. Neste caso, devemos substituir as fontes por uma cujo valor será a subtração de seus valores. Para mais do que duas fontes devemos somá-las algebricamente.

    Preste atenção para o fato que a orientação (sentido) da fonte única, vista no circuito acima, supõe que   V1 > V2   e que   I1 > I2.

    Atenção
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    4.   Técnica de Explosão de Fontes

    Em muitos circuitos as associações de fontes apresentam-se de forma muito complexa para sua resolução. Uma das técnicas mais empregadas nestas situações é a utilização da chamada "explosão de fontes".

    Em que consiste esta técnica?   Veja o circuito abaixo.

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Figura 01-07
    A eliminação de componentes em um circuito elétrico, como o resistor de 2 ohms em paralelo com a fonte de tensão V, conforme mostra a Figura 01-07, é uma técnica válida quando se conhece a tensão através do resistor. Isso ocorre porque a tensão em paralelo é a mesma em todos os componentes, e se a tensão é conhecida, a corrente pode ser calculada usando a lei de Ohm (I = V/R). Portanto, remover o resistor não altera a análise do circuito, pois a corrente que passa por ele é determinada exclusivamente pela fonte de tensão V. Essa simplificação é útil para resolver problemas de circuitos mais complexos, facilitando a compreensão e a resolução do problema sem comprometer a precisão dos resultados.

    O mesmo acontece com o resistor de 8 Ω em série com a fonte de corrente de 2 A. Retirando-o do circuito não haverá mudanças no valor da fonte de corrente, ou seja, continuará sendo de 2 A. Portanto, levando-se isso em consideração, o novo circuito pode ser visto na Figura 01-08.

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Figura 01-08

    Com a retirada do resistor de 8 ohms ficamos com uma fonte de corrente de 2 A saindo do "terra" e chegando ao nó e1. Dessa forma, se transformarmos essa fonte em duas fontes de corrente de 2 A, uma chegando ao nó e2 e outra saindo do nó e2, não alteramos as equações dos nós. No nó e3 a tensão é V.

    Logo, se colocarmos duas fontes de tensão, uma em série com o resistor de 4 ohms e outra em série com o resistor de 3 ohms, também não alteramos as equações de malha.

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Figura 01-09

    Veja na Figura 01-09 como ficou o circuito. Naturalmente que as fontes de corrente que estão entre os nós e1 e e2 podem ser somadas algebricamente.

    Com isso obtemos uma única fonte de corrente de 1 ampère, saindo do nó e2 e chegando ao nó e1. Veja na Figura 01-10 como ficou o circuito.

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Figura 01-10

    Assim, conseguimos simplificar o circuito e tornar bem mais fácil sua solução. Aplicando técnicas que estudaremos mais tarde, facilmente encontraremos a solução do problema. No link abaixo, apresentamos uma das técnicas utilizadas para solucionar este tipo de circuito.



    5. Teorema de Millman

    O Teorema de MIllman nos permite reduzir qualquer número de fontes de tensão em paralelo em uma única fonte. Veja como exemplo o circuito mostrado na Figura 01-11.

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Figura 01-11

    Essa transformação vai nos permitir calcular a corrente elétrica que circula pela carga RL ou a tensão entre seus terminais sem a aplicação de métodos como Kirchhoff, lei dos Nós, teorema de Norton e outros. Portanto, devemos entender como aplicar esse teorema. Vamos resumir em três etapas.


    Etapa 1

    Devemos converter tadas as fontes de tensão em fontes de corrente usando o método da transformação de fontes   (acesse Método Transformação de Fontes   clicando aqui! ). Veja como ficou o circuito resultante na Figura 01-12.


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Figura 01-12

    Etapa 2

    Depois de executada a transformação de fontes devemos somar os valores das fontes de correntes que resultaram da transformação. Observe com atenção a polaridade das fontes e o cálculo da resistência equivalente resultante. Veja como ficou o circuito resultante na Figura 01-13.


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Figura 01-13

    Etapa 3

    Após os dois passos acima executados resultou uma fonte de corrente equivalente em paralelo com a resistência equivalente do circuito. Agora, aplicamos novamente a transformação de fontes para obter uma fonte de tensão equivalente em série com a resistência equivalente. Pronto, temos o circuito transformado. Veja o resultado na Figura 01-14.


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Figura 01-14

    Agora, simplesmente aplicando a lei de Ohm ao circuito é possível calcular a corrente elétrica na carga RL, bem como a diferença de potencial sobre ela, Vab .