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med_pot85-1J.jpg
Figura 85-01
equa85-1J.jpg


med_pot85-2J.jpg
Figura 85-02
    eq.   85-02

    O mesmo podemos fazer para o segundo wattímetro e escrever:

    W2 = |VCB| |IC| cos θ2

    Neste caso, θ2 é o ângulo de defasagem entre a tensão de linha VL = VCB e a corrente de linha IL = IC. Logo:

    W2 = VL IL cos θ2
    eq.   85-03

    Para as medidas de W1 e W2, vamos expressar θ1 e θ2 em função do ângulo da impedância φ, que é igual ao ângulo entre a tensão de fase e a corrente de fase. No caso de uma sequência de fase direta ou positiva, lembre-se que a tensão de linha está 30° adiantada em relação à tensão de fase. Logo, devemos somar esse ângulo à fase da impedância. Então temos:

    θ1 = φ + 30°

    De modo análogo, podemos demonstrar que o ângulo θ2 pode ser expresso como:

    θ2 = φ - 30°

    Isso se deve ao fato que estamos tomando como referência a tensão da fase B. Para o cálculo de W2, observe que usamos a tensão de linha VCB = VBC∠180°. Então VCB está adiantada de VAB de um ângulo igual a 60°. Isso explica θ2 = φ - 30°. Logo, substituindo estas duas últimas igualdades nas equações eq. 85-02 e eq. 85-03 temos:

    W1 = VL IL cos (φ + 30°)
    eq.   85-04
    W2 = VL IL cos (φ - 30°)
    eq.   85-05

    Agora que conhecemos os ângulos, tensões e correntes, podemos somar ALGEBRICAMENTE os valores lidos por W1 e W2 para encontrarmos a potência total consumida pela carga.

    PT = W1 + W2 = VL IL [cos (φ + 30°) + cos (φ - 30°)]

    Na equação acima aparece duas identidades trigonométricas, já estudadas em Relações Trigonométricas Importantes. Aplicando as relações corretas encontramos a equação que permitirá o cálculo da potência total, ou:

    PT = √3 VL IL cos φ
    eq.   85-06

    Observe que a eq. 85-06 é exatamente igual a eq. 82-03, equação esta que desenvolvemos no capítulo Potência Trifásica para encontrarmos a potência média em uma carga trifásica equilibrada.


    Atenção

    Observando com mais atenção a eq. 85-04 e a eq. 85-05 e, lembrando que o fator de potência de um circuito é dado pelo cos (φ), podemos tirar as seguintes conclusões a respeito das leituras dos dois wattímetros:

  • 1 - Se o fator de potência é maior do que 0,5, a leitura dos dois wattímetros são positivas.

  • 2 - Se o fator de potência é exatamente igual a 0,5, a leitura de um dos wattímetros é zero, pois arccos (0,5) = 60° e então cos (60° + 30°) = cos (90°) = 0.

  • 3 - Se o fator de potência é menor do que 0,5, a leitura de um dos wattímetros é negativa, haja vista que neste caso teremos o ângulo total maior que 90°. Sendo assim, o valor do cos é negativo.

  • 4 - Se a sequência de fases é invertida, então as leituras dos dois wattímetros também serão invertidas.

        3.2   Cálculo da Potência Reativa

    Assim como calculamos a potência ativa somando algebricamente as leituras dos dois wattímetros, podemos calcular a potência reativa do circuito realizando a subtração das leituras dos dois wattímetros. Logo temos:

    W2 - W1 = VL IL [cos (φ + 30°) - cos (φ - 30°)]

    E mais uma vez, utilizando as relações trigonométricas e desenvolvendo a equação acima chegamos a:

    W2 - W1 = VL IL sen φ

    Então comparando as equações eq. 82-02 e eq. 82-05 com esta última, concluímos que a diferença das leituras dos wattímetros é proporcional à potência reativa total. Logo:

    QT = √3 (W2 - W1)
    eq.   85-07
    QT = √3 VL IL sen φ
    eq.   85-08

        3.3   Cálculo da Potência Aparente

    Ora, se temos os valores da potência ativa e da potência reativa, facilmente calculamos a potência aparente, pois:

equa9/equa85-2J.jpg
    eq.   85-09

        3.4   Cálculo do Fator de Potência

    Sabemos que se dividirmos a potência reativa pela potência ativa obtemos a tangente do ângulo do fator de potência, ou:

    tan φ = QT / PT
    eq.   85-10

    Dessa forma, podemos encontrar o ângulo φ aplicando a equação abaixo:

    φ = tg-1 (QT / PT )
    eq.   85-11

    Também pode-se encontrar o ângulo φ usando a equação abaixo:

equa9/equa85-10J.png
    eq.   85-12

    Ora, conhecendo o valor de φ, calculamos o fator de potência aplicando a função cos ao ângulo φ, ou seja:

    FP = cos φ
    eq.   85-13

    4.   Conclusões

    Analisando as equações apresentadas acima podemos extrair as seguintes conclusões:

  • 1 - Se W2 = W1, a carga é resistiva .
  • 2 - Se W2 > W1, a carga é indutiva.
  • 3 - Se W2 < W1, a carga é capacitiva.

    Embora esses dados sejam derivados de uma carga ligada em estrela , eles são igualmente válidos para uma carga conectada em delta ou triângulo equilibrada. Porém, o método dos dois wattímetros não é aplicável na medição de potência de um circuito quadrifilar desequilibrado. Nesse caso temos que usar o método dos três wattímetros.