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equação função delta
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Figura 21-01
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Figura 21-02
equação função delta
equação função delta
equação função delta

    Uma visão prática da função Impulso

    Na literatura é comum assumir que a função impulso existe entre os tempos 0- e 0+, quando estiver centrada em zero. Esses tempos são extremamente curtos. Na prática, poderíamos simular utilizando uma fonte de tensão conhecida e uma chave. Assim, ao ligar a chave rapidamente surgiria uma tensão na saída. Porém, imediatamente após ligarmos a chave, num tempo extremamente curto, desligaríamos a mesma. Esse processo dá origem a uma tensão na saída de valor igual a tensão da fonte, mas o tempo que essa tensão existe é muito pequeno.

    Uma pergunta: isso tem alguma utilidade?

    Suponha que estamos interessados em estudar o comportamento de um sistema elétrico ou de um sistema mecânico. Imagine um pêndulo. Sim, aquele pedaço de fio de comprimento conhecido onde em uma das pontas está fixada uma massa de valor conhecido e a outra ponta está fixada no teto, por exemplo. Agora imagine o pêndulo em repouso. Se não tomarmos uma atitude, o pêndulo continuará em repouso indefinidamente. E, nesse caso, não há o que estudar. Então vamos tomar uma atitude. Vamos dar um pequeno "tapinha" lateral até que a massa sofra um deslocamento horizontal em relação ao repouso. Perceba que com esse deslocamento horizontal o pêndulo também ganha um deslocamento vertical "h" e o pêndulo ganhou uma energia gravitacional igual a m g h. Com essa energia inicial o pêndulo oscilará e poderemos estudar seu comportamento.

    Voltando ao caso elétrico, fica evidente que quando usamos uma fonte impulso, a ideia é fornecer uma energia inicial ao sistema e com isso teremos a chamada condição inicial, condição necessária para começarmos a estudar o comportamento do sistema.


    3.   Função Degrau ou Salto

    Na análise de transitórios, as operações de comutação podem ocasionar mudanças bruscas nas tensões e correntes do circuito. Essas descontinuidades podem ser representadas pelas funções degrau e impulso. A função degrau é representada de várias maneiras em livros didáticos. Neste site usaremos a notação

    função degrau     u -1(t)

    Essa notação indica que a função é nula para t < 0. Para t > 0 apresenta um valor constante e diferente de zero. Matematicamente podemos defini-la como

    K   u -1(t)   =   0    se    t < 0

    K   u -1(t)   =   K    se    t > 0

    Na Figura 21-03 vemos a ilustração gráfica da função . Observe a concordância com a definição acima.

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Figura 21-03

    Quando K = 1 a função definida acima é chamada função degrau UNITÁRIA. A função degrau não é definida em t = 0. Quando necessário definir a transição de 0- para 0+, supomos que ela ocorre de forma linear, isto é, que nesse intervalo temos

    K   u -1(0)   =   0,5 K

    Da mesma forma que a função impulso, a função degrau pode sofrer deslocamento no tempo. Na Figura 21-04 vemos a representação gráfica de uma função deslocada no tempo.

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Figura 21-04

    Note que quando a > 0, o degrau ocorre à direita da origem. Então, quando a < 0, o degrau ocorre à esquerda da origem. Assim, uma função degrau igual a K para t < a pode ser escrita como:

    K   u -1(a - t)   =   K    quando    t < a

    K   u -1(a - t)   =   0    quando    t > a<

    Na Figura 21-05 vemos a ilustração gráfica da função . Observe a concordância com a definição acima.

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Figura 21-05

    4.   Função Rampa

    A função rampa é definida por retas crescentes ou decrescentes. Como a função degrau, ela pode ser representada de várias maneiras. Neste site usaremos as duas notações mostradas abaixo, conforme a conveniência.

    função rampa   ⟶   u -2(t)   =   t u -1(t)

    Cabe lembrar que alguns livros usam a notação r(t) para a função rampa. O resultado é o mesmo.

    Essa notação indica que a função é nula para t < 0 e para t > 0 apresenta um valor linearmente crescente ou linearmente decrescente, dependendo do coeficiente angular K da reta. Matematicamente podemos defini-la como

    K   u -2(t)   =   0    quando    t < 0

    K   u -2(t)   =   K  t    quando    t > 0

    Na Figura 21-06 vemos a ilustração gráfica da função rampa. Observe a concordância com a definição acima. Note que, neste caso, o valor de K = 1. Como ele representa o coeficiente angular da reta, isto significa que a reta do gráfico faz um ângulo de 45° com o eixo horizontal.

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Figura 21-06

    Assim como as duas funções anteriores, a função rampa também pode ser deslocada no tempo. Na Figura 21-07 vemos a ilustração dessa condição.

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Figura 21-07

    Note que quando a > 0, a função rampa ocorre à direita da origem. Então, quando a < 0, a rampa ocorre à esquerda da origem. Assim, uma função rampa igual a K para t < a pode ser escrita como:

    K u-2 (a - t)   =   K (a - t)    quando    t < a

    K u -2 (a - t)   =   0    quando    t > a

    Na Figura 21-08 vemos a ilustração gráfica da função rampa nesta condição. Observe a concordância com a definição acima.

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Figura 21-08

    Portanto, através da soma de uma sequência de rampas podemos criar ondas triangulares, dente de serra e muitas outras. Use a imaginação.


    5.   Relação entre as Três Funções

    As três funções estudadas estão relacionadas através de integração e derivação. As duas equações abaixo definem que a função impulso pode ser obtida através da derivação da função degrau. E a função degrau pode ser obtida pela derivação da função rampa.

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    Por outro lado, a função degrau pode ser obtida através da integração da função impulso, enquanto que a função rampa pode ser obtida através da integração da função degrau. É o que ilustra as duas equações abaixo.

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equa21-5K.jpg

    6.   Produto entre Funções

    Usando a propriedade de filtragem podemos realizar produto entre funções obtendo valores adequados ao nosso interesse. Vamos supor a função f(t) = sen 314 t. Da função sabemos que f = 50 Hz, e portanto seu período é 0,02 s. Veja na Figura 21-09 o gráfico dessa função.

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Figura 21-09

    Suponha que para um experimento vamos necessitar de uma forma de onda conforme podemos ver na Figura 21-10. Observe que temos uma parte positiva e outra parte negativa. Dessa forma, devemos providenciar uma função degrau que permita a passagem da parte positiva e outra função degrau que permita a passagem da parte negativa.

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Figura 21-10

    Para a parte positiva vamos usar a função u-1(t - 5 ms) - u-1(t - 10 ms) e para a parte negativa - u-1(t - 10 ms) + u-1(t - 20 ms). Assim, geramos dois pulsos que permitem obter a forma desejada para o experimento.

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Figura 21-11

    Na Figura 21-11 vemos a ilustração da formação do pulso necessário para formarmos a parte positiva da forma de onda, ou seja, entre o tempo de 5 ms e 10 ms. Observe que o pulso positivo, u-1(t - 5 ms), começa após 5 ms do tempo zero. Como queremos que ele não exista depois do tempo 10 ms, então devemos subtrair a mesma quantidade no tempo igual a 10 ms. Este é o motivo porquê usamos a função - u-1(t - 10 ms).

    Assim, a partir do tempo 10 ms as duas funções se cancelam, gerando o pulso que desejamos. Este processo permite que tenhamos na saída a parte positiva da forma de onda. Agora, para conseguirmos a parte negativa, devemos ter um pulso abaixo do eixo x, ou seja, negativo. Então usamos a função - u-1(t - 10 ms), que gerará um pulso negativo a partir do tempo 10 ms. E para cancelar o pulso no tempo 20 ms, usamos a mesma técnica usada anteriormente, somando a função + u-1(t - 20 ms). Então, a partir do tempo 20 ms, as duas funções se cancelam, gerando o pulso necessário para obtermos a parte negativa da forma de onda. Não menos importante é descrevê-la matematicamente. Usando a propriedade de multiplicação de funções, matematicamente representamos esta função como:

    f(t) = sen 314t [u-1(t - 5) -u-1(t - 10) -u-1(t - 10) + u-1(t - 20)]

    De uma forma mais reduzida, podemos escrever:

    f(t) = sen 314t [u-1(t - 5) - 2 u-1(t - 10) + u-1(t - 20)]

    Este trabalho gráfico teve a finalidade de demonstrar como podemos elaborar a função adequada aos nossos interesses.