band brasil
band USA
band espanha






circRLC25-1J.jpg
Figura 25-01

    Aplicando os conceitos de equação diferencial ao circuito, obtemos uma equação diferencial homogênea linear de segunda ordem, conforme mostra a equação abaixo.

eqRLC25-1J.jpg
    eq.   25-01

    Ora, a partir da equação acima podemos determinar a chamada equação característica da equação diferencial, conforme podemos ver na equação abaixo.

    r 2 + (R / L) r + 1 / LC = 0

    A solução obtida para i(t) depende das raízes dessa equação de segundo grau. Assim, as duas raízes são:

eqRLC25-2J.jpg
    eq.   25-02
eqRLC25-3J.jpg
    eq.   25-03

    Agora que temos os valores das raízes da equação, podemos escrever a solução da equação diferencial. Esta é dada por:

eqRLC25-4J.jpg
    eq.   25-04

    Observe que as raízes da equação característica (r1 e r2) são determinadas pelos parâmetros do circuito, R, L e C. Os valores das constantes A1 e A2 são determinados pelas condições iniciais do problema. Assim, podemos dizer que a solução geral da eq. 25-01 tem a forma da eq. 25-04.

    Portanto, para encontrarmos a solução do problema, devemos encontrar as raízes da equação característica como primeiro passo, já que o comportamento de i(t) depende dos valores dessas raízes. Observe que a primeira parcela é a resposta do circuito devido à primeira raiz, r1. A segunda parcela é a resposta do circuito devido à segunda raiz, r2. Podemos chamá-las de soluções i1 e i2, respectivamente. Se i1 e i2 são soluções, então sabemos que a soma delas também é solução. Isso é o que está dizendo a eq. 25-04.

    Da mesma forma que no circuito RLC paralelo, aqui também definimos dois novos parâmetros para reescrevermos as equações das duas raízes de uma forma mais sucinta. O primeiro parâmetro, chamado de frequência de Neper ou coeficiente ou fator de amortecimento, é representado pela letra grega alfa, α, conforme a eq. 25-05. O segundo parâmetro, chamado de frequência angular de ressonância ou frequência de ressonância não-amortecida, é representado pela letra grega omega-zero, ωo, conforme a eq. 25-06.

eqRLC25-5J.jpg
    eq.   25-05
eqRLC24-6J.jpg
    eq.   25-06

    Observe que o parâmetro alfa do circuito RLC série, difere daquele do circuito RLC paralelo. Porém, o outro parâmetro é exatamente igual. Então vamos escrever as equações das raízes em função desses dois novos parâmetros, ou:

eqRLC24-7J.jpg
    eq.   25-07
eqRLC24-8J.jpg
    eq.   25-08

    Fazendo uma analogia com o que foi estudado em equações do segundo grau, no ensino médio, aqui também percebemos que há três possíveis resultados para o radicando.

  • Positivo - quando   α > ωo
  • Zero - quando   α = ωo
  • Negativo - quando   α < ωo

    Estas três possibilidades originam três tipos diferentes de resposta do circuito. E cada tipo de resposta recebe um nome que o identifica. Assim, vamos analisar detalhadamente cada caso.


        2.1.1.   Resposta Superamortecida

    Esta resposta é obtida quando α > ωo. Podemos elaborar um resumo do procedimento necessário para determinar a resposta de um circuito superamortecido de um circuito RLC série, a qual é perfeitamente descrita pela eq. 25-04.

  • a) Encontrar as raízes da equação característica, r1 e r2, a partir dos valores de R, L e C.
  • b) Determinar i(0+) e di(0+) usando os métodos de análise de circuitos estudados anteriormente
  • c) Calcular os valores de A1 e A2 resolvendo o sistema de equações constituído pelas equações abaixo.
    i(0+)   =   I0   =   A1 + A2
    di (0+) / dt   =   Vo / L   =   r1 A1 + r2 A2
  • d) Substituir os valores de r1, r2, A1 e A2 obtendo a expressão de i(t) para t ≥ 0.

        2.1.2.   Resposta Criticamente Amortecida

    Esta resposta acontece quando α = ωo, logo as raízes da equação característica são reais e IGUAIS. Trata-se da situação em que o estado final é atingido o mais rapidamente possível sem que haja oscilação no sistema. Nesse caso, as raízes da equação característica são:

eqRLC24-9J.jpg
    eq.   25-09

    Pelo que foi estudado na disciplina equações diferenciais, sabemos que quando as raízes da equação característica são iguais não podemos expressar a solução nos termos da eq. 25-04. Então, a solução deve assumir a forma de uma soma de dois termos: o primeiro termo é uma exponencial simples e o segundo termo é o produto da variável independente por uma exponencial. Então a resposta do sistema é dada pela equação abaixo.

eqRLC24-10J.jpg
    eq.   25-10

    Para determinarmos os valores de B1 e B2 usamos o mesmo método do item anterior. Assim, temos as relações:

    i(0+)   =   I0   =   B1
    di(0+) / dt   =   Vo / L   =   B2 - α B1

    Com o valor de α dado pela eq. 25-09 e com os valores de B1 e B2, podemos substituí-los na eq. 25-10 e encontrar a equação solução do circuito.


        2.1.3.   Resposta Subamortecida

    Quando α < ωo, as raízes da equação característica são complexas. Então dizemos que a resposta do circuito é subamortecida. Baseado nas eq. 25-07 e eq. 25-08, vamos reescrevê-las de uma forma mais conveniente fazendo a seguinte alteração:

eqRLC24-11J.jpg
    eq.   25-11

    Lembrando que podemos escrever j = √-1, então podemos reescrever a eq. 25-11 como:

eqRLC24-12J.jpg
    eq.   25-12

    Observe que redefinimos o radicando por um novo parâmetro denominado frequência angular amortecida, ωd, conforme a eq. 25-13 abaixo.

eqRLC24-13J.jpg
    eq.   25-13

    Assim, podemos escrever a resposta de um circuito RLC série subamortecido. A equação abaixo é resultado de algumas transformações e uso de algumas propriedades dos números complexos.

eqRLC24-14J.jpg
    eq.   25-14

    As constantes B1 e B2 são números reais. Esses coeficientes são determinados da mesma maneira que fizemos para os outros dois casos. Calculamos i(0+) e sua derivada primeira para t = 0+. Resumindo temos:

    i(0+)   =   I0   =   B1
    di(0+) / dt   =   Vo / L   =   - α B1 + ωd B2

    Pela eq. 25-14 percebemos que a resposta é oscilatória devido aos termos trigonométricos, ou seja, a tensão varia entre valores positivos e negativos. A frequência com que essas oscilações ocorrem depende do valor de ωd. Por outro lado, devido a presença da função exponencial, a amplitude das oscilações decresce com o passar do tempo. A rapidez com que a amplitude das oscilações diminui depende de α. Por esse motivo o parâmetro α é chamado de fator de amortecimento ou coeficiente de amortecimento. Isso explica, também, por que o parâmetro ωd é denominado frequência angular amortecida.

    Devemos salientar que na ausência de amortecimento, temos α = 0. Isto significa que não temos elementos dissipativos no circuito ou, em outras palavras, R = 0. Nesta situação, o circuito tem uma resposta oscilatória sem atenuação e a frequência das oscilações é ωo. Se no circuito temos a presença de elemento dissipativo (R), então α ≠ 0 e, como consequência, ωd < ωo. Então, quando α é diferente de zero, dizemos que a frequência de oscilação é amortecida.


    3.   Resposta do Circuito RLC Série ao Degrau

    Deve-se ressaltar que todos os cálculos realizados no item anterior, o circuito não tinha qualquer tipo de fonte de energia. Agora vamos estudar o comportamento do circuito quando este contém fontes de energia.

    Para obtermos a resposta de um circuito RLC série à uma função degrau, inicialmente devemos determinar a equação da resposta natural. Após isso, podemos determinar a tensão entre os terminais de qualquer um dos elementos, já que a equação diferencial que descreve o comportamento da tensão no capacitor tem a mesma forma da equação diferencial que descreve o comportamento da corrente no indutor

    O método utilizado para o circuito RLC paralelo pode ser aplicado para o caso do circuito RLC série.

    A solução da equação diferencial de segunda ordem, com uma função forçante no segundo membro, é igual à soma da resposta natural com a resposta forçada. Assim, para o caso da função degrau que tem um valor constante, a solução pode ser escrita como:

eqRLC24-15J.jpg
    eq.   25-15

    Isto para o caso da corrente. No caso da tensão, o formato é o mesmo. Então:

eqRLC24-16J.jpg
    eq.   25-16
    Onde If e Vf representam o valor da corrente e da tensão para o tempo t = ∞.