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Figura 63-01
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Figura 63-02




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Figura 63-03



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Figura 63-04

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Figura 63-05
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Figura 63-06





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Figura 63-07





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Figura 63-08

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Figura 63-09
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Figura 63-10
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equa63-34J.png
     eq.  63-08

      3.2    Tensão de Ondulação RMS [Vr (rms)]

    No item anterior, para estudarmos o ripple, fizemos uma aproximação da tensão por uma forma de onda triangular. Assim, definimos ΔVr como a variação da tensão pico a pico. Uma outra maneira de se estudar o ripple é considerar o valor RMS. Para isso, é necessário estabelecer uma correspondência entre o valor RMS e o valor pico a pico da tensão triangular. Usando um pouco de cálculo vamos encontrar que

equa62-13J.png
     eq.  63-09

    Agora, podemos definir o índice de ripple RMS representado pela letra r, de acordo com a equação eq. 63-10.

equa62-14J.png
     eq.  63-10

    Fazendo um trabalho algébrico com as equações que já estudamos podemos escrever uma equação que relaciona r, Vr(rms) e VCmax, conforme pode ser visto na eq. 63-11.

equa62-15J.png
     eq.  63-11

      3.3    Valor do Capacitor de Filtragem

    Como entre os valores de pico a pico e o valor RMS existe um fator de correção, vamos estudar separadamente cada caso. Portanto, devemos ter conhecimento, antecipadamente, se no enunciado do problema o valor do ripple está em valores RMS ou pico a pico.


       3.3.1    Para Ripple em Valores Pico a Pico

    Para o caso do ripple ser dado em valores pico a pico, ou seja, estamos trabalhando com ΔVr, então manipulando algebricamente a eq. 63-03, podemos encontrar o valor do capacitor para o ripple especificado através da eq. 63-12.

equa63-21J.png
     eq.  63-12

    Também é possível calcular o valor de C conhecendo os valores de f, RL e rpp usando a eq. 63-13.

equa63-32J.png
     eq.  63-13

    Observe que comparando as equações acima com as do retificador de meia onda, a diferença aparece no denominador, pelo fator 2. Isto significa que para as mesmas condições impostas ao retificador, no retificador de onda completa necessitamos de um capacitor com a metade do valor que no caso do retificador de meia onda.

    Atenção

    Note que de acordo com a observação feita no final do item 3.1, onde assumimos que era válida a aproximação VDC ≅ VCmax, é possível reescrever a eq. 63-12 como:

equa63-35J.png
     eq.  63-14

    Para o caso onde rpp < 10% a eq. 63-14 pode ser usada, pois o erro cometido é menor que 3% em média. Como os componentes elétricos, em geral, podem ter uma tolerância maior que 5% e, além disso, são vendidos com valores padrões que nem sempre coincidem com os valores calculados, então esse erro é perfeitamente tolerável. Como exemplo, veja o Problema 63-5, ou clique aqui.


       3.3.2    Para Ripple com Valores em RMS

    Para o caso do ripple ser fornecido em valor RMS, devemos considerar o fator de correção dado pela eq. 63-09. Usando esse fator de correção na eq. 63-03, encontramos o valor de C, ou:

equa63-24J.png
     eq.  63-15

    Substituindo a eq. 63-11 na eq. 63-15, obtemos:

equa63-25J.png
     eq.  63-16

    Observe que a partir da eq. 63-16, após um arranjo algébrico, podemos calcular o valor de RL, se no problema é fornecido o valor de f, C e r. Assim, obtemos:

equa63-26J.png
     eq.  63-16a

    Atenção

    Da mesma forma que fizemos no item anterior, onde assumimos VDC ≅ VCmax, é possível reescrever a eq. 63-15 como:

equa63-36J.png
     eq.  63-17

    Neste caso, também valem as considerações do item anterior referente ao erro provocado por essa aproximação.


    4. Retificadores com Diodo Real

    Até aqui estudamos o retificador de onda completa supondo um diodo ideal, ou seja, não havia queda de tensão sobre ele. Mas na verdade, sabemos que quando um diodo se encontra na zona de condução há uma diferença de potencial sobre ele de 0,7 volts. Logo, para encontrarmos a tensão máxima sobre o capacitor, ou seja, VCmax, devemos saber se o retificador é do tipo ponte ou com tap central.

    Se o retificador for de tap central, devemos subtrair 0,7 V da tensão máxima ou de pico (Vp) do secundário do transformador, pois neste caso só temos um diodo conduzindo em cada semiciclo da senoide.

    Porém, para o caso do retificador tipo ponte devemos subtrair 1,4 V da tensão máxima ou de pico (Vp) do secundário do transformador, pois neste caso temos sempre dois diodos conduzindo em cada semiciclo da senoide.

    Logo, na solução dos problemas devemos ficar atentos para o tipo de retificador em uso.

equa62-26J.png
Para Tap Central
     eq.  63-18
equa63-33J.png
Tipo Ponte
     eq.  63-19

    5. Tensão Reversa sobre o Diodo

    Todos os diodos vem com uma especificação muito importante chamada tensão reversa. O que isso significa?   Perceba, nas explicações anteriores, que quando a senoide entra no pico negativo, a junção P-N do diodo fica submetida a uma polarização inversa ou reversa. Para que não haja danos ao diodo este deve ser capaz de suportar essa tensão reversa. Portanto, ao selecionar um diodo para um projeto não esqueça de verificar se ele suporta a tensão reversa no circuito. Como exemplo, podemos citar a série 1N 4000, onde o diodo 1N 4001 suporta uma tensão reversa de 100 volts, o 1N 4002 suporta 200 volts de tensão reversa, indo até o 1N 4007 que suporta 1 000 volts. Assim, há vários tipos de diodos com diferentes valores de tensão reversa. Então, para um bom projeto é importante estar atento aos detalhes.

    Para um retificador de onda completa, a tensão reversa é aproximadamente igual a soma da tensão máxima fornecida pelo secundário do transformador (Vp) com a tensão máxima sobre o capacitor (VCmax). Desta forma, podemos aproximar o valor da tensão reversa (Vrev) sobre o diodo conforme a eq. 63-20.

equa62-16J.png
     eq.  63-20

    6. Corrente Média e de Pico no Diodo

    Até este momento, verificamos que o retificador de onda completa consegue produzir o mesmo ripple com um capacitor que possui a metade da capacitância quando comparado com o retificador de meia onda. Por outro lado, as considerações a respeito da corrente de pico drenada pelos diodos retificadores durante a carga do capacitor continuam válidas. Grandes valores para o capacitor gera um ripple menor e, por consequência, menor é o tempo de condução dos diodos retificadores. Isso significa que quanto menor o tempo de carga do capacitor maior será o fluxo de corrente de carregamento pelos diodos.

    Como foi estudado no item 3.3.1, a corrente média no diodo pode ser calculada através da transformação da eq. 63-12 e eq. 63-02 na relação apresentada abaixo, eq. 63-21.


equa63-37J.png
     eq.  63-21

    Assumindo que durante o tempo de carregamento do capacitor a corrente no diodo seja constante e a corrente média drenada da fonte seja igual à corrente média no diodo, podemos escrever a equação que determina a corrente de pico no diodo, ou

equa62-3J.png
     eq.  63-22
    onde as variáveis são:
  • Ip - Corrente de pico no diodo.
  • IDC - Corrente média no diodo.
  • Tc - Tempo de condução do diodo.
  • T - Período = 1/f.

    Note que substituindo a eq. 63-21 na eq. 63-22, e lembrando que f = 1/T, podemos escrever a eq. 63-23, ou

equa63-38J.png
     eq.  63-23

    Veja que o produto 2 C VCmax rpp = 2 C ΔVr é exatamente a carga Q que deve ser fornecida ao capacitor em um tempo Tc. E, por definição I = ΔQ / ΔT, então essa equação está perfeitamente de acordo com o que foi estudado até aqui.

    Porém, para determinarmos o valor de Ip necessitamos calcular o valor de Tc. Como temos uma onda senoidal, é possível determinar o ângulo em que o diodo começa a conduzir, que chamaremos de θ1. Assim, considerando a possibilidade de aproximar a forma de onda do ripple por uma onda triangular, podemos escrever

    v = VCmax   sen θ1 = VCmax - ΔVr

    Dessa equação facilmente determinamos o valor de θ1, ou

equa62-4J.png
     eq.  63-24
    onde as variáveis são:
  • θ1 - Ângulo em que o diodo começa a conduzir.
  • ΔVr - Tensão de pico a pico do ripple.
  • VCmax - Tensão máxima sobre o capacitor.

    Também é possível reescrever a equação eq. 63-24, lembrando a relação mostrada na eq. 63-06 e, adaptando, obtemos a eq. 63-25.

equa62-29J.png
     eq.  63-25

    Quando o capacitor, no processo de carga, atinge a tensão máxima, isto é, VCmax, a corrente no diodo cai a zero e ele para de conduzir. O tempo que o diodo permanece conduzindo depende da constante de tempo, ou τ = RL C. Desta forma, podemos determinar o ângulo em que o diodo para de conduzir, representado aqui por θ2.

    θ2  =  π - tg-1 ( 2 π f   C  RL )

    Pela equação eq. 63-03, temos que 2 f C  RL  = VCmax / ΔVr. Logo, podemos reescrever a equação acima como:

equa63-29J.png
     eq.  63-26

    Aqui, também é possível reescrever a equação eq. 63-26, lembrando a relação mostrada na eq. 63-06 e, adaptando, obtemos a eq. 63-27.

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     eq.  63-27

    Aqui vamos fazer um pequeno parênteses para deixar bem explícito o que é θ1 e θ2. O ângulo θ1 representa o ângulo, desde zero, até o momento em que o diodo começa a conduzir. E o ângulo θ2 representa o ângulo em que o diodo cessa de conduzir, ou seja, desde zero até quando o capacitor atinge sua tensão máxima. É importante notar que a diferença entre θ2 e θ1 é exatamente o ângulo de condução do diodo, φc, ou seja

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     eq.  63-28

    Veja na Figura 63-09 a indicação dos ângulos. A parte em verde indica o tempo de condução do diodo, representando tanto Tc (em segundos) como φc (em graus). A parte em amarelo corresponde aos tempos em que o diodo está cortado. O ângulo θ1 vai de zero até o ponto onde o diodo começa a conduzir. E o ângulo θ2 corresponde ao ângulo desde zero até o ponto onde o diodo cessa de conduzir.

    Portanto, a eq. 63-28 está plenamente de acordo com a Figura 63-09.

cor_pico62-3J.png
Figura 63-09

    Agora, de posse do valor de Tc ou de φc, podemos determinar a corrente de pico no diodo transformando a eq. 63-22 na seguinte igualdade:

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     eq.  63-29

    Portanto, é possível calcular Ip tanto pela eq. 63-29 como pela eq. 63-22. Observe que usamos na relação o ângulo de 180°, pois estamos analisando um retificador de onda completa que possui um período de π = 180°.

    Atenção

    "A tensão de pico, Ip, calculada nos problemas, pode ser dezenas de vezes maior que a corrente nominal do diodo. Isso não é um problema, pois todo diodo possui uma característica de suportar surtos (que acontecem em um intervalo de tempo muito pequeno) repetitivos de corrente bem maior que a corrente nominal. Por exemplo, a série 1N 40xx possui uma corrente nominal de 1 A, no entanto suporta uma corrente de pico repetitiva da ordem de 30 A, se o tempo do pico não exceder 8,3 ms."