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Figura 92-01


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Figura 92-02

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Figura 92-03


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Figura 92-04
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Figura 92-05
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    X"eq = ( X1/ a2) + X2

    Se houver interesse em referir ao primário, podemos escrever:

    R'eq = R1 + a2 R2
    X'eq = X1 + a2 X2

    Além disso, baseado no modelo real do transformador podemos escrever que:

    R2 = R1/ a2
    X2 = X1/ a2

    Portanto, concluímos que os valores de R2 e X2 são calculados por:

    R2 = R"eq/ 2
    eq.   92-12
    X2 = X"eq/ 2
    eq.   92-13

    E obviamente, os valores de R1 e X1, já referidos ao primário, são calculados por:

    R1 = a2 R2 = R'eq/ 2
    eq.   92-14
    X1 = a2 X2 = X'eq/ 2
    eq.   92-15

    Seguindo a mesma linha de raciocínio, podemos facilmente comprovar a validade das relações descritas abaixo:

    R'eq = a2 R"eq
    X'eq = a2 X"eq
    Z'eq = a2 Z"eq

      6.2.1   Fator de Potência em Curto-Circuito

    Muitas vezes também é necessário calcular o fator de potência do transformador em curto-circuito. Como o wattímetro lê a potência real que está sendo consumida pelo transformador e, neste caso, as perdas no ferro são muito pequenas em função da corrente de curto-circuito, então elas podem ser desconsideradas. Dessa forma, podemos escrever que a potência lida pelo wattímetro é dada por Wcc = Vcc Icc cos φcc, lembrando que Icc = I2, onde I2 é a corrente nominal do secundário do transformador. Daí, tiramos que:

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    eq.   92-16

    Assim, conseguimos calcular o fator de potência do transformador em curto-circuito, aqui representado por cos φcc.


    7.   Regulação de um Transformador

    Como foi visto no item anterior, os parâmetros do transformador relativos aos enrolamentos são constantes e independem da corrente. Porém, a tensão de saída no secundário do transformador sofre variações em função da carga. Desta forma, vamos definir Regulação de um transformador como a relação entre a variação de tensão que ocorre no secundário com e sem carga e a tensão do secundário com carga. Normalmente a regulação é expressa em porcentagem. Na equação abaixo vemos a relação entre essas variáveis.

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    eq.   92-17

    Nessa equação temos que V2sL representa a tensão do secundário sem carga, e V2L representa a tensão do secundário com carga. Assim, a regulação depende da impedância equivalente do transformador. Quanto maior a impedância equivalente maior será a regulação. Outro fator que interfere na regulação é o fator de potência da carga.


    8.   Eficiência de um Transformador

    A eficiência (também chamada de rendimento) de um transformador, representado pela letra grega η, é definido como a relação entre a potência elétrica P2 fornecida pelo secundário à carga e a potência elétrica P1 correspondente, absorvida da rede pelo primário do transformador.

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    eq.   92-18

    Devemos lembrar que um transformador apresenta perdas de potência por efeito Joule devido à resistência ôhmica dos enrolamentos e são chamadas, genericamente, de perdas no cobre. Para esta perda usaremos o símbolo Pcu. Além dessa, temos as perdas no ferro utilizado na confecção do núcleo dos transformadores. Essas perdas são devidas às perdas por histerese e pelas correntes parasitas. Para essa perda usaremos o símbolo Pfe.


    8.1   Perdas no Cobre

    Para as perdas no cobre em um transformador monofásico, claramente podemos determiná-las pela equação abaixo.

    Pcu = R1 I12 + R2 I22

    Sabemos que a = I2 / I1, ou I2 = a I1. Assim, substituindo na equação anterior, vamos encontrar: Pcu = I12 ( R1 + R2 a2). Mas, observe que R1 + R2 a2 é a resistência equivalente (R'eq) do enrolamento quando referido ao primário. Dessa forma, obtemos a equação:

    Pcu = R'eq I12
    eq.   92-19

    Usando a mesma linha de raciocínio do parágrafo anterior, obviamente podemos escrever que:

    Pcu = R"eq I22
    eq.   92-20

    Concluímos então que, as perdas no cobre é diretamente proporcional ao quadrado da corrente absorvida pelo primário ou fornecida à carga pelo secundário do transformador. Em outras palavras, se a carga variar, as perdas no cobre também variam.


        8.2   Perdas no Ferro

    Contrariamente às perdas no cobre, as perdas no ferro não dependem da corrente na carga. Dessa forma, eletricamente, são uma constante e representadas por Pfe.

    No caso dos transformadores, para reforçar o campo magnético, as bobinas são enroladas sobre núcleos de ferro de baixa relutância. Naturalmente, esses materiais são condutores e estão sob a ação de campos magnéticos variáveis. Devido à esse fato, no núcleo são induzidas correntes parasitas (eddy currents), designadas por correntes de Foucault e geram três efeitos, como descritos abaixo.

  • Aquecem o material por efeito Joule
  • Originam campos magnéticos que se opõem ao campo exterior, enfraquecendo-o.
  • Geram forças eletromagnéticas.

    As correntes de Foucault provocam perdas que procura-se reduzir com a utilização de núcleos que possuem resistência elétrica elevada. A soma das perdas por histerese e às devidas às correntes de Foucault originam ao que se denomina por perdas no ferro e se fazem presente em todas as máquinas elétricas.


        8.3   Potência na Carga

    A potência real que o secundário do transformador entrega à carga é dada por:

    P2 = V2 I2 cos (φ2)
    Onde V2 é a tensão sobre a carga, I2 é a corrente do secundário do transformador que circula pela carga e cos (φ2) é o fator de potência da carga. Cabe ressaltar que V2 não é a tensão nominal do secundário do transformador e sim, a tensão sobre a carga, onde levamos em consideração a queda de tensão sobre R2 e X2.

       8.4   Equação da Eficiência

    Neste item vamos reescrever a equação da eficiência de uma forma mais abrangente levando em consideração o que foi estudado no item 8. Devemos salientar que a potência que o primário absorve da fonte pode ser expressa como a potência fornecida pelo secundário somada as perdas no cobre e mais as perdas no ferro. Ou seja:

    P1 = P2 + Pfe + Pcu

    Substituindo os valores dessas duas últimas equações na eq. 92-18 podemos expressar a equação da eficiência como:

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    eq.   92-21

    Na equação acima, escrevemos P2 como V2 I2 cos φ2 e as perdas no cobre, PCu como R"eq I22 onde R"eq é a resistência equivalente do transformador referida ao secundário. Lembre-se que R"eq I22 = R'eq I12, onde R'eq é a resistência equivalente do transformador referida ao primário.


        8.5   Maximização da Eficiência

    Analisando a eq. 92-21 podemos perceber que a eficiência de um transformador é dependente da corrente do secundário, I2, corrente esta que circula através da carga. Para encontrarmos as condições necessárias para que ocorra a maximização da eficiência devemos derivar a eq. 92-21 em relação a I2 e igualarmos o resultado a zero. Deixamos a cargo do leitor fazer esta derivação. O resultado a ser encontrado será:

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    Assim, para maximizarmos a eficiência de um transformador, é fundamental equilibrar as perdas no cobre com as perdas no ferro. Isso é conhecido como condição de perdas iguais e é um aspecto fundamental no design de transformadores. As perdas no cobre são causadas pela resistência elétrica dos enrolamentos, enquanto as perdas no ferro são devidas principalmente à histerese e correntes parasitas no núcleo de ferro. Ajustar o projeto para que essas duas perdas sejam iguais permite que o transformador opere em seu ponto ótimo de eficiência, o que não só economiza energia, mas também aumenta a vida útil do equipamento. Esse equilíbrio é alcançado mediante uma cuidadosa seleção de materiais, dimensionamento dos componentes e configuração do circuito magnético.

        8.6   Fator de Carga

    Nem sempre o transformador trabalha com a carga máxima que ele pode suportar. Via de regra, isso não acontece. Para evidenciar essa situação, temos o chamado fator de carga, que é definido como a relação entre a potência fornecida pelo transformador à carga e sua potência nominal. Assim, por exemplo, para um transformador que possua uma potência nominal de 100 kVA, mas alimenta uma carga de 80 kVA dizemos que o fator de carga do transformador é de 80%. Isto implica dizer que:

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    Onde as variáveis são:

  • Fc - fator de carga, também conhecido como carregamento.
  • SL - potência que a carga retira do transformador.
  • Snom - potência nominal do transformador, ou seja, é a potência máxima que o transformador pode entregar à carga.

    Repare que as duas equações acima expressam a mesma variável, ou seja, fator de carga. A equação de cima expressa um número que varia entre 0 e 1 e a de baixo expressa um valor em porcentagem, que varia entre 0% e 100%. Muitos enunciados de problemas apresentam o fator de carga como um valor em porcentagem.


        8.7   Conclusões sobre Eficiência

    Por todos os argumentos apresentados neste item, fica claro que a eficiência de um transformador depende do fator de potência da carga e do fator de carga do transformador. Então, se alterarmos essas duas variáveis também estaremos alterando a eficiência do transformador.

    Vamos fazer uma alteração na eq. 92-21 incluindo o fator de carga. Dessa forma, a equação fica:

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    eq.   92-22

    Note que o fator de carga do transformador está multiplicando todas as variáveis que dependem da corrente no secundário do transformador, exceto as perdas no ferro, pois esta, como já afirmamos, independe da mesma.

    Nessa equação as variáveis são:

  • Fc - fator de carga, também conhecido como carregamento.
  • cos φ2 - fator de potência da carga.
  • Pfe - perdas no ferro do transformador.
  • Pcu - perdas no cobre dos enrolamentos do transformador.
  • Snom - potência nominal do transformador, ou seja, é a potência máxima que o transformador pode entregar à carga.

    Uma fórmula alternativa para calcularmos a eficiência como um valor em porcentagem é mostrada abaixo. As variáveis são as mesmas da eq. 92-22.

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    eq.   92-23