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Figura 62-01
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Figura 62-02
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Figura 62-03
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Figura 62-04
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Figura 62-05
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    eq.   62-02a

    Como conhecemos a tensão inicial do capacitor VCmax, após um tempo t a tensão no capacitor será:

    VC = VCmax (1 - e-(t/τ))
    eq.   62-02b

    Para encontrar uma equação aproximada do valor de C, vamos fazer duas simplificações, baseado no fato que para este caso temos τ = RL C >> t. Logo, podemos escrever:

    (1 - e-(t/τ)) = 1 - (t/τ)     e     t ≅ T

    Na aproximação acima, T é o período da onda senoidal. Fazendo a substituição destes valores em   eq. 62-02b   e combinando esta com  eq. 62-02a,   vamos encontrar:

    ΔVr = VCmax - VCmax (1 - (T/RL C))

    Por outro lado, sabemos que a frequência é o inverso do período. Logo, resolvendo algebricamente a equação acima, encontramos:

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    eq.   62-03

    Portanto, conhecendo os valores de f, RL e C, podemos calcular o valor da tensão de ondulação. E assim, podemos definir o índice ou taxa percentual do ripple pico a pico representado pela letra rpp, de acordo com a equação eq. 62-04.

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    eq.   62-04

    Observe que usando a eq. 62-03 podemos escrever a eq. 62-05.

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    eq.   62-05

    Observe que baseado na eq. 62-05, podemos reescrever a eq. 62-03 da seguinte forma:

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    eq.   62-06

    Trabalhando algebricamente a eq. 62-01 e a eq. 62-06, podemos escrever a eq. 62-07:

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    eq.   62-07
    Atenção

    Devemos salientar que até este momento a única aproximação feita foi assumir a ondulação da onda retificada como um forma de onda triangular. Essa é a forma mais precisa de apresentar a teoria básica sobre retificadores. Porém, na maioria dos livros didáticos, seus autores fazem mais aproximações como, por exemplo, para valores abaixo de 10% no índice de ripple, assume-se VDC ≅ VCmax. Com isso em mente, podemos aproximar a eq. 62-03 pela seguinte expressão:

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    eq.   62-08

        3.2   Tensão de Ondulação RMS [Vr (rms)]

    No item anterior, para estudarmos o ripple, fizemos uma aproximação da tensão por uma forma de onda triangular. Assim, definimos ΔVr como a variação da tensão pico a pico. Uma outra maneira de estudar o ripple é considerar o valor RMS. Para isso, é necessário estabelecer uma correspondência entre o valor RMS e o valor pico a pico da tensão triangular. Usando um pouco de cálculo vamos encontrar que

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    eq.   62-09

    Agora, podemos definir o índice de ripple RMS representado pela letra r, de acordo com a equação eq. 62-10.

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    eq.   62-10

    Fazendo um trabalho algébrico com as equações que já estudamos podemos escrever uma equação que relaciona r, Vr(rms) e VCmax, conforme pode ser visto na eq. 62-11.

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    eq.   62-11

        3.3   Valor do Capacitor de Filtragem

    Como entre os valores de pico a pico e o valor RMS existe um fator de correção, vamos estudar separadamente cada caso. Portanto, devemos ter conhecimento, antecipadamente, se no enunciado do problema consta um valor de ripple em valores RMS ou pico a pico. A Figura 62-06 mostra o circuito de um retificador de meia onda com o capacitor de filtragem, C.

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Figura 62-06

        3.3.1   Para Ripple em valores Pico a Pico

    Para o caso do ripple ser dado em valores pico a pico, ou seja, estamos trabalhando com ΔVr, então manipulando algebricamente a eq. 62-03, podemos encontrar o valor do capacitor para o ripple especificado, ou

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    eq.   62-12

    Conhecendo os valores de f, RL e rpp, também é possível calcular o valor de C usando a eq. 62-13.

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    eq.   62-13
    Atenção

    Note que de acordo com a observação feita no final do item 3.1, onde assumimos que era válida a aproximação VDC ≅ VCmax, é possível reescrever a eq. 62-12 como:

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    eq.   62-14

    Para o caso onde rpp < 10% a eq. 62-14 pode ser usada, pois o erro cometido é menor que 3% em média. Como os componentes elétricos, em geral, podem ter uma tolerância maior que 5% e, além disso, são vendidos com valores padrões que nem sempre coincidem com os valorers calculados, então esse erro é perfeitamente tolerável. Como exemplo, veja o Problema 62-2, ou clique aqui.


        3.3.2   Para Ripple em valores RMS

    Para o caso do ripple ser fornecido em valor RMS, devemos considerar o fator de correção dado pela eq. 62-09. Usando esse fator de correção na eq. 62-03, encontramos o valor de C, ou:

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    eq.   62-15

    Substituindo a eq. 62-11 na eq. 62-15, obtemos:

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    eq.   62-16
    Atenção

    Note que de acordo com a observação feita no final do item 3.1, onde assumimos que era válida a aproximação VDC ≅ VCmax, é possível reescrever a eq. 62-15 como:

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    eq.   62-17

    4.   Retificadores de Meia Onda com Diodo Real

    Até aqui estudamos o retificador de meia onda usando um diodo ideal, ou seja, não havia queda de tensão sobre ele. Mas na verdade, sabemos que quando um diodo se encontra na zona de condução há uma diferença de potencial sobre ele de 0,7 volts. Logo, para encontrarmos a tensão máxima sobre o capacitor, ou seja, VCmax, devemos subtrair 0,7 V da tensão máxima ou de pico ( Vp ) do secundário do transformador ou de outro tipo de fonte utilizada. Logo, podemos escrever

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    eq.   62-18

    5.   Tensão Reversa sobre o Diodo

    Todos os diodos vem com uma especificação muito importante chamada tensão reversa. O que isso significa?   Perceba, nas explicações anteriores, que quando a senoide entra no pico negativo, a junção P-N do diodo fica submetida a uma polarização inversa ou reversa. Para que não haja danos ao diodo este deve ser capaz de suportar essa tensão reversa. Portanto, ao selecionar um diodo para um projeto não esqueça de verificar se ele suporta a tensão reversa no circuito. Como exemplo, podemos citar a série 1N 4000, onde o diodo 1N 4001 suporta uma tensão reversa de 100 volts, o 1N 4002 suporta 200 volts de tensão reversa, indo até o 1N 4007 que suporta 1 000 volts. Assim, há vários tipos de diodos com diferentes valores de tensão reversa. Então, para um bom projeto é importante estar atento aos detalhes.

    Para um retificador de meia onda, a tensão reversa a qual o diodo está submetido, é igual a soma da tensão máxima fornecida pelo secundário do transformador (Vp) com a tensão máxima sobre o capacitor (VCmax). Desta forma, podemos aproximar o valor da tensão reversa (Vrev) sobre o diodo conforme a eq. 62-19.

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    eq.   62-19

    6.   Corrente Média e de Pico no Diodo

    De tudo que foi estudado até aqui podemos concluir que quanto maior o capacitor de filtragem menor será o ripple. Com isso, vamos obter na saída do filtro uma tensão maior e com melhor filtragem. Grandes valores para o capacitor de filtragem, por outro lado, afeta a corrente de pico drenada pelos diodos retificadores durante a carga do capacitor. Como vimos, grandes valores para o capacitor gera um ripple menor e, por consequência, menor é o tempo de condução dos diodos retificadores. Isso significa que quanto menor o tempo de carga do capacitor maior será o fluxo de corrente de carregamento pelos diodos.

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Figura 62-07

    Observe a Figura 62-07. Intencionalmente representamos a tensão de saída de um circuito retificador usando um capacitor com baixa capacidade. Isto tem como resultado um ripple apreciável na tensão de saída. Portanto, o tempo Tc também é grande. Lembrando que, em um capacitor, é válida a relação Δq = C ΔV, isto nos diz que a corrente de carga do capacitor é relativamente pequena, pois sabemos que I = Δq / Δt. Portanto, se Δt é grande, então I é pequeno. Note que Tc, em relação à Figura 62-05, é exatamente o ângulo φc, ou seja, o ângulo de condução do diodo. Logo, é evidente que quanto menor o valor do capacitor, o tempo de condução do diodo é maior.

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Figura 62-08

    Observe a Figura 62-08. Aqui representamos a tensão de saída de um circuito retificador usando um capacitor com alta capacidade. Isto tem como resultado um ripple muito pequeno na tensão de saída. Portanto, o tempo Tc também é pequeno. Como é válida a relação Δq = C ΔV, então agora a corrente de carga do capacitor é muito maior que no caso anterior, baseado no fato que I = Δq / Δt. Assim, quando Δt é pequeno, então I deve ser grande. Verificamos que quanto maior o valor do capacitor, o tempo de condução do diodo é menor. Nas figuras, o tempo de condução do diodo está representado em cor verde.

    Como foi estudado no item 3.3.1, a corrente média no diodo pode ser calculada através da transformação da eq. 62-12 e eq. 62-02 na relação apresentada abaixo, eq. 62-20.


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    eq.   62-20

    Cabe ressaltar que no caso da retificação em meia onda, o valor da frequência é o valor nominal da frequência de operação do sistema elétrico. No Brasil, o valor é f = 60 Hz.

    Assumindo que durante o tempo de carregamento do capacitor a corrente no diodo seja constante e a corrente média drenada da fonte seja igual à corrente média no diodo, podemos escrever a equação que determina a corrente de pico no diodo, ou

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    eq.   62-21
    Onde o significado das variáveis são:
  • Ip - Corrente de pico no diodo.
  • IDC - Corrente média no diodo.
  • Tc - Tempo de condução do diodo.
  • T - Período = 1/f.

    Note que substituindo a eq. 62-20 na eq. 62-21, e lembrando que f = 1/T, podemos escrever a eq. 62-22, ou

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    eq.   62-22

    Veja que o produto 2 C VDC rpp é exatamente a carga Q que deve ser fornecida ao capacitor em um tempo Tc. E como por definição I = ΔQ / ΔT, então essa equação está perfeitamente de acordo com o que foi estudado até aqui.

    Porém, para determinarmos o valor de Ip necessitamos calcular o valor de Tc. Como temos uma onda senoidal, é possível determinar o ângulo em que o diodo começa a conduzir, que chamaremos de θ1. Assim, considerando a possibilidade de aproximar a forma de onda do ripple por uma onda triangular, podemos escrever

    v = VCmax   sen θ1 = VCmax - ΔVr

    Dessa equação facilmente determinamos o valor de θ1, ou

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    eq.   62-23
    Onde o significado das variáveis são:
  • θ1 - Ângulo em que o diodo começa a conduzir.
  • ΔVr - Tensão de pico a pico do ripple.
  • VCmax - Tensão máxima sobre o capacitor.

    Também é possível reescrever a equação eq. 62-23, lembrando a relação mostrada na eq. 62-06 e, adaptando, obtemos a eq. 62-24.

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    eq.   62-24

    Quando o capacitor, no processo de carga, atinge a tensão máxima, isto é, VCmax, a corrente no diodo cai a zero e ele para de conduzir. O tempo que o diodo permanece conduzindo depende da constante de tempo, ou τ = RL C. Desta forma, podemos determinar o ângulo em que o diodo para de conduzir, representado aqui por θ2.

    θ2  =  π - tg-1 ( 2 π f   C  RL )

    Pela equação eq. 62-03, temos que f  RL C = VCmax / ΔVr. Logo, podemos reescrever a equação acima como:

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    eq.   62-25

    Aqui, também é possível reescrever a equação eq. 62-25, lembrando a relação mostrada na eq. 62-06 e, adaptando, obtemos a eq. 62-26.

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    eq.   62-26

    Aqui vamos fazer um pequeno parênteses para deixar bem explícito o que é θ1 e θ2. O ângulo θ1 representa o ângulo, desde zero, até o momento em que o diodo começa a conduzir. E o ângulo θ2 representa o ângulo (também desde zero) em que o diodo cessa de conduzir, ou seja, quando o capacitor atinge sua tensão máxima. É importante notar que a diferença entre θ2 e θ1 é exatamente o ângulo de condução do diodo, φc, ou seja

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    eq.   62-27

    Veja na Figura 62-09 a indicação dos ângulos. A parte em verde indica o tempo de condução do diodo, representando tanto Tc (em segundos) como φc (em graus). A parte em azul corresponde aos tempos em que o diodo está cortado. O ângulo θ1 vai de zero até o ponto onde o diodo começa a conduzir. E o ângulo θ2 corresponde ao ângulo desde zero até o ponto onde o diodo cessa de conduzir.

    Portanto, a eq. 62-27 está plenamente de acordo com a Figura 62-09.

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Figura 62-09

    Agora, de posse do valor de Tc ou de φc, podemos determinar a corrente de pico no diodo transformando a eq. 62-21 na seguinte igualdade:

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    eq.   62-28

    Portanto, é possível calcular Ip tanto pela eq. 62-28 como pela eq. 62-22. Observe que usamos na relação o ângulo de 360°, pois estamos analisando um retificador de meia onda. Para um retificador de onda completa esse valor é diferente. No próximo capítulo analisaremos essa relação.

    Atenção

    "A tensão de pico, Ip, calculada nos problemas pode ser dezenas de vezes maior que a corrente nominal do diodo. Isso não é um problema, pois todo diodo possui uma característica de suportar surtos (que acontecem em um intervalo de tempo muito pequeno) repetitivos de corrente bem maior que a corrente nominal. Por exemplo, a série 1N 40xx possui uma corrente nominal de 1 A, no entanto suporta uma corrente de pico repetitiva da ordem de 30 A, se o tempo do pico não exceder 8,3 ms."